Código da Vivência

sexta-feira, 4 de março de 2011

Gestão por objectivos

Era uma vez uma aldeia onde viviam dois homens que tinham o mesmo nome:

Joaquim Gonçalves.

Um era sacerdote e o outro, taxista.

Quis o destino que morressem no mesmo dia.

Quando chegaram ao céu, São Pedro esperava-os.

- O teu nome?

- Joaquim Gonçalves.

- És o sacerdote?

- Não, o taxista.

São Pedro consulta as suas notas e diz:

- Bom, ganhaste o paraíso. Levas esta túnica com fios de ouro e este ceptro
de platina com incrustações de rubis. Podes entrar.

- O teu nome?

- Joaquim Gonçalves.

- És o sacerdote?

- Sim, sou eu mesmo.

- Muito bem, meu filho, ganhaste o paraíso. Levas esta bata de linho e este
ceptro de ferro.

O sacerdote diz:

- Desculpe, mas deve haver engano. Eu sou o Joaquim Gonçalves, o sacerdote!

- Sim, meu filho, ganhaste o paraíso. Levas esta bata de linho e...

- Não pode ser! Eu conheço o outro senhor. Era taxista, vivia na minha
aldeia e era um desastre! Subia os passeios, batia com o carro todos os
dias, conduzia pessimamente e assustava as pessoas. Nunca mudou, apesar das multas e repreensões policiais. E quanto a mim, passei 75 anos pregando
todos os domingos na paróquia.
Como é que ele recebe a túnica com fios de ouro e eu... isto?

- Não é nenhum engano - diz São Pedro. - Aqui no céu, estamos a fazer uma
gestão mais profissional, como a que vocês fazem lá na Terra.

- Não entendo!

- Eu explico. Agora orientamo-nos por objectivos. É assim: durante os
últimos anos, cada vez que tu pregavas, as pessoas adormeciam. E cada vez que
ele conduzia o táxi, as pessoas começavam a rezar.

- Resultados! Percebeste? Gestão por Objectivos! O que interessa são os
resultados, a forma de lá chegar é completamente secundária...

quinta-feira, 3 de março de 2011

Uma perspectiva masculina da Europa...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Qualidade vs Corporativismo

«O respeito pela reserva de lei funcionará aqui como uma garantia do interesse geral contra o risco duma regulamentação de índole corporativista. Nessa matéria, não se pode esperar que a satisfação do interesse público resulte das medidas de prossecução dos interesses corporativos dos associados da ordem profissional, tanto mais que os destinatários da respectiva normação não são estes, mas sim os candidatos a nela ingressarem.»
-
Parágrafo que considero muito feliz do Acórdão que declara, com força obrigatória geral, a inconstitucionalidade do artigo 9.º-A, n.º 1 e 2, do Regulamento Nacional de Estágio, da Ordem dos Advogados, na redacção aprovada pela Deliberação n.º 3333-A/2009, de 16 de Dezembro, do Conselho Geral da Ordem dos Advogados, por violação do disposto no artigo 165.º, n.º 1, alínea b), da Constituição da República Portuguesa. O Acórdão pode ser consultado na íntegra através desta ligação.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Momentos de partilha interior...

«Parecerá a muitos que este meu diário, feito para mim, é artificial de niais. Mas é de meu natural ser artificial. Com que hei-de eu entreter-me, depois, senão com escrever cuidadosamente estes apontamentos espirituais? De resto, não cuidadosamente os escrevo. E, mesmo, sem cuidado limador que os agrupo. Penso naturalmente nesta minha linguagem requintada. Sou um homem para quem o mundo exterior é uma realidade interior. Sinto isto não metafisicamente, mas com os sentidos usuais com que colhemos a realidade. Anossa frivolidade de ontem é hoje uma saudade constante que me rói a vida.»
-
in Livro do Desassossego, Fernando Pessoa

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

As fases da lua...

"A vida é vivida quando se olha em frente
mas é compreendida quando se olha para trás."
Márcia Grad

domingo, 22 de agosto de 2010

Conceito de vida...

Na minha próxima vida, quero viver de trás para a frente. Começar morto, para despachar logo o assunto. Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo. E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bébé inocente até nascer. Por fim, passo nove meses flutuando num "spa" de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois - "Voilá!" - desapareço num orgasmo ...
Woody Allen

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Respostas inteligentes

Einstein recebeu uma carta da miss New Orleans que lhe dizia:
" Prof. Einstein, gostaria de ter um filho seu... A minha justificativa baseia-se no facto de eu ser um modelo de beleza, e tendo um filho com o senhor certamente que o garoto teria a minha beleza e a sua inteligência".
Einstein respondeu:" Querida miss New Orleans, o meu receio é que o nosso filho tenha a sua inteligência e a minha beleza.
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Quando Churchill fez 80 anos um repórter com menos de 30 anos foi fotografá-lo e disse:
- Sir Winston, espero fotografá-lo novamente nos seus 90 anos.
Resposta de Churchill:
- Por que não ? Você parece-me bastante saudável.
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Telegramas trocados entre o dramaturgo Bernard Shaw e Churchill.
Convite de Bernard Shaw para Churchill: "Tenho o prazer e honra convidar digno primeiro-ministro para primeira apresentação minha peça Pigmaleão. Venha e traga um amigo, se tiver." Bernard Shaw.
Resposta de Churchill: "Agradeço ilustre escritor o honroso convite. Infelizmente não poderei comparecer primeira apresentação. Irei à segunda, se houver." Winston Churchill.
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O General Montgomery estava sendo homenageado, por ter vencido Rommel na batalha de África, na IIª Guerra Mundial.
Discurso do General Montgomery: "Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói".
Churchill ouviu o discurso e retrucou: "Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele."
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Bate-boca no Parlamento inglês.
Aconteceu num dos discursos de Churchill em que estava uma deputada oposicionista, Lady Astor, que pediu um aparte . Todos sabiam que Churchill não gostava que interrompessem os seus discursos. Mas concedeu a palavra à deputada.E ela disse, alto e bom som:
- Sr. Ministro, se V. Exa. fosse meu marido, colocava veneno no seu chá!
Churchill, lentamente, tirou os óculos, seu olhar astuto percorreu toda a plateia e, naquele silêncio em que todos aguardavam, respondeu:
- Nancy, se eu fosse seu marido, tomaria esse chá com todo o prazer!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

4 anos...

Aos dezassete dias do mês de Fevereiro de 2006, a minha avó deixou-nos. Apesar de algumas complicações de saúde que a atormentavam, estava longe de imaginar que nos deixaria tão precocemente.
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Esta noite, sonhei com ela. E neste sonho, lá estava ela, como sempre, preocupada comigo. E se duvidas ainda tivesse, certamente que as teria dissipado. As pessoas que nos marcam e que nos são queridas não morrem, porque habitam em nós.
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A imagem que escolhi para ilustrar estas linhas é de Cabanões, o lugar da freguesia de Travassô, do qual era natural a minha avó, onde fica A Fonte.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Fluindo...

"Fluir com as emoções é estar vivo, e assim libertarmos a energia interior que nos ajuda a adaptar-nos a todo o tipo de situações."
Rosetta Forner

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Sentir a evolução... todos os dias.


«Conhecer os outros é inteligência, conhecer-se a si próprio é verdadeira sabedoria. Controlar os outros é força, controlar-se a si próprio é verdadeiro poder.» (*)

Estas primeiras semanas de 2010 têm sido frias, chuvosas e ventosas. Inevitavelmente, o clima exerce sobre nós, comuns mortais, uma influência no nosso ânimo. É diferente acordar, abrir a janela e deixar entrar os raios de sol, ou, nem sequer ter vontade de abrir a janela porque se conseguem ouvir os pingos da chuva e a força do vento lá fora.

As minhas expectativas em relação ao meu estado de espírito são as mesmas em relação ao clima, ou seja, espero e tenho a convicção que vai melhorar. E esta expectativa vai sendo o bálsamo no dia-a-dia, no sentido de fazer agora o que está ao meu alcance para, assim que o tempo melhorar, eu possa estar em condições de o desfrutar.

E este sentimento até que não é mau. É bem melhor do que aquele que me faz sentir que, independentemente do tempo que possa fazer, o meu estado de espírito não se irá alterar.

O ano de 2009 confrontou-me com vivências que me abalaram muitas convicções. Tive que reconstruir todo um edifício que, julgava eu, tinha alicerces capazes de durar toda uma vida. Puro engano.

O bom, é que agora sinto que o edifício reconstruído é bem mais consistente e harmonioso com os meus anseios. Foi como que o despertar de um grande sono de conformismo que me impediu de sentir a vida na sua plenitude e, por conseguinte, de sentir o prazer da evolução em mim.

Quem me foi lendo nesta casa, desde que a reabri em Janeiro, foi acompanhando este processo evolutivo.

«Aquele que obtém uma vitória sobre outros homens é forte, mas aquele que obtém uma vitória sobre si próprio é todo-poderoso.» (*)

Hoje, apesar do edifício dos princípios e dos valores ser o mesmo, sinto-me como se morasse numa casa nova. Mais iluminada pela confiança de melhor compreender os meus sentimentos e os dos outros. E, neste particular, tenho a convicção que 2009 me proporcionou uma das maiores conquistas pessoais da minha vida. Uma espécie de descoberta da fórmula espiritual para compreender sentimentos que nunca senti e cujas manifestações só as consigo apreender através dos outros. Não é fácil explicar isto, talvez por ainda ser algo novo em mim, mas transmite-me uma sensação de maior domínio sobre os meus sentimentos e os meus anseios. A aceitação natural da diferença, decorrente duma melhor compreensão da natureza humana, torna-me mais tolerante com os outros mas, sobretudo, comigo próprio.

Sinto que a paz interior que hoje sinto me custou muito a alcançar. E, talvez por isso, me preocupe tanto em preservá-la, permanecendo num incessante exercício reflexivo-espiritual que não me deixe perdê-la. É que, com esta tranquilidade que é sentida e não apenas aparente (continuo a admirar-me com a dimensão e o poder desta descoberta em mim), consigo integrar de forma espontânea as incidências da vida, sejam elas alegres ou tristes.

«Quem conhece os outros é um sábio. Quem conhece a si mesmo é um iluminado.» (*)

Não sei quanto tempo é que a vida ainda me reserva mas, enquanto por cá andar, quero continuar a sentir esta evolução em mim. Todos os dias.

(*) Citações de Lao-Tsé, Filósofo Chinês.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Excelente 2010!

Caros amigos ou meros visitantes deste espaço:
-
Desejo-vos umas boas saídas e umas melhores entradas em 2010!
Que o novo ano seja um marco de felicidade nas nossas vidas.
-
«Se queres ser feliz amanhã, tenta hoje mesmo!» Liang Tzu

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Estamos de passagem...

Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egipto, com o objectivo de visitar um famoso sábio. O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito simples e cheio de livros. As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.
- Onde estão os seus móveis? - perguntou o turista.
E o sábio, bem depressa, perguntou também:- E onde estão os seus...?
- Os meus?! surpreendeu-se o turista. - Mas eu estou aqui só de passagem!
- Eu também... - concluiu o sábio.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Cooperar e partilhar...

... em nome duma vivência equilibrada que proporcione a satisfação pessoal e comum. Em vez de ensinarmos e incutirmos às gerações vindouras os valores da competição e do individualismo numa sociedade cada vez mais dura e exigente, acredito que devemos promover os valores da cooperação e da partilha, em nome duma sociedade mais equilibrada, mais civilizada, mais tolerante e, por conseguinte, mais satisfatória e gratificante para todos.

Agradeço ao JR a sugestão deste "Short Film" - Balance, dos irmãos alemães Lauenstein.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Sem medo!


Vencer

Correr mais além

Sentir o cheiro a rosas

Por entre os campos

Voar ao sabor do vento

Que sopra suave

Como um pássaro livre

Cruzando os céus

Gritar, correr, sentir

Ser feliz e sorrir

Amar, sentir

E perdoar

Sem receios

Sem temer nada

Nem ninguém

Com a simples força

De chegar mais além

-

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

E-Postal de Natal

Elaborado por alunos da Univ. de Aveiro.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Também acho...


"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.

Ambos existem; cada um como é."

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Evoluindo...

APRENDI...
Que não sei quase nada
Que sempre precisarei aprender
Que a vida é muito curta
E que não há tempo a perder.

PERCEBI...
Que nem tudo é possível
Que às vezes é difícil sorrir
Que a vida faz jogo duro
Mas que eu não vou desistir

ENTENDI...
Que quando sofro eu aprendo
Que a dor me ensina a viver
Que a vida é um lindo caminho
Ao qual iremos crescer

DESCOBRI...
Que não é fácil viver
Que o destino nos reserva dor
Mas que a tristeza termina
Onde começa o amor...

Autor desconhecido

domingo, 8 de novembro de 2009

A vida é um carrossel

Eh, pá, deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu compreendes bem
-
Jorge Palma

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sentimentos

Sentimentos, de forma genérica, são informações que seres biológicos são capazes de sentir nas situações que vivenciam. [wikipedia]
-

"Não é a força, mas a constância dos bons sentimentos que conduz os homens à felicidade." (Friedrich Nietzsche)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Vida é Absoluta Convicção

«A vida é primariamente encontrar-se, cada qual, submergido entre as coisas, e enquanto é apenas isso consiste em sentir-se absolutamente perdido. A vida é perdição. Mas por isso mesmo obriga, quer queiramos quer não, a um esforço para se orientar no caos, para se salvar dessa perdição. Este esforço é o conhecimento que extrai do caos um esquema de ordem, um cosmos. Este esquema do universo é o sistema das nossas ideias ou convicções vigentes. Quer queiramos quer não, vivemos com convicções e de convicções. O mais teoreticamente céptico existe apoiando-se num suporte de crenças sobre o que as coisas são. A vida é absoluta convicção. A dúvida intelectual mais extrema é vitalmente uma absoluta convicção de que tudo é duvidoso. E algo ou tudo ser duvidoso não é uma crença num ser menor do que qualquer outra de aspecto mais positivo.»
-
Ortega y Gasset

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Ainda José Régio...



Este "Cântico Negro" é sublime... Ouvi-o, pela primeira vez, numa aula de Português no Liceu. Tinha 16 ou 17 anos... Na altura, impressionou-me a força e a agressividade das palavras. Mas não entendi algo do poema. Foram precisas algumas vivências para conseguir discernir e partilhar este sentimento tão bem expresso nestas palavras.

E, ainda a propósito de José Régio, evoco aqui outro poema lindíssimo - "Fado Português"- brilhantemente interpretado por Amália Rodrigues e excelentemente recriado pelo projecto Amália Hoje.

Estou viciado...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Poema do silêncio

Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.

Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.

Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
-Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito!

Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...

O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.

Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!

Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés, abro o meu seio
Procurei fugir de mim,
Mas sei que sou meu exclusivo fim.

Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir.
Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!

Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição...)
Senhor dá-me o poder de estar calado,
Quieto, maniatado, iluminado.

Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!

Ah! também sei que, trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.

Mas o meu sonho megalómano é maior
Do que a própria imensa dor
De compreender como é egoísta
A minha máxima conquista...

Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros
Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...

Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida.
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome.
José Régio

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A esperança...

É uma crença emocional na possibilidade de resultados positivos relacionados com eventos e circunstâncias da vida pessoal. A esperança requer uma certa perseverança, i.e., acreditar que algo é possível mesmo quando há indicações do contrário.
in Wikipédia
-
A esperança, enganadora como é, serve contudo para nos levar ao fim da vida pelos caminhos mais agradáveis
La Rochefoucauld

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Música do dia...

Certas músicas marcam certos dias. Hoje, foi esta e partilho-a aqui.
Clicar em cima da imagem.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O equilíbrio.

Cada vez tenho menos certezas sobre a vida. Em nome da sanidade mental, assumo decisões e reconheço o estado de espírito nas convicções, mais ou menos fortes, que versam sobre os desejos, as ambições, os sonhos...
Numa busca incessante do equilíbrio entre a razão e a emoção, algures num sentimento indefinível, situo-me num prisma onde faz frio e calor ao mesmo tempo.

sábado, 10 de outubro de 2009

Confirmam-se...

... "escutas" no Palácio de Belém. :)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Leitura (quase) obrigatória


Os Amigos d´Avenida, em parceria com o Diário de Aveiro, decidiram esmiuçar os programas dos candidatos à autarquia aveirense. Um excelente exercício de cidadania que deve e merece ser esmiuçado aqui pelos eleitores de Aveiro.

Infelizmente, acho que poucos são aqueles que se interessam verdadeiramente pelas questões de fundo. A grande maioria da população vota por simpatia, seja na figura do candidato ou no partido pelo qual concorre. Ainda assim, acho muito bem que se tente contrariar a letargia colectiva e, pelo menos, se obriguem os candidatos a pensar e a desenvolver uma ideia sobre os temas sujeitos à colação. Daqui felicito os Amigos d´Avenida e, como eleitor, agradeço o serviço público prestam.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Eleições vezes três.

Nos últimos tempos, tenho apreciado a dinâmica criada pela sobreposição de eleições no país. É interessante ver as campanhas dos partidos e dos candidatos nas ruas. É engraçado rir com as gaffes dos políticos. É espectacular ver os Gato Fedorento a esmiuçar os sufrágios. É desafiante discernir os bons políticos, daqueles que são assim-assim e dos que... pronto, estavam bem era a colar cartazes. É estimulante descobrir boas propostas nos programas eleitorais. É difícil perceber alguns slogans dos cartazes. É giro ver gente altiva que se esforça por ser simpática. É um exercício intelectual constante o de se tentar encontrar coerência em argumentos que são repetidamente subvertidos. E... é uma grande paródia, é o que é. Mas tem tido, claramente, o efeito na sociedade de a envolver com a política. Ao contrário do que alguns querem fazer crer, acho que a democracia portuguesa, com todos os defeitos que lhe reconhecemos, até está de boa saúde. Merecia, porventura, uma maior capacidade dos seus "líderes". Sobretudo, a capacidade de gerar consensos em matérias que são cruciais e sobre as quais, a nossa experiência e a experiência que nos chega lá de fora já é quanto baste para se ter aprendido alguma coisa.
Enfim, que este pagode provocado por tantas eleições juntas tenha o condão de estimular o sentido crítico de um povo demasiado amarrado a preconceitos e estereótipos. E tão carente de liderança.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

domingo, 20 de setembro de 2009

27... Porquê?

Na passada Quinta-Feira, depois de jantar, passei pela Praça do Peixe, abundantemente frequentada, naquela noite, por estudantes universitários, sobretudo, caloiros que desfrutam das primeiras noites na “nova” cidade.
Bem sei que não é bonito ficar à escuta de conversas alheias, mas foi-me impossível não ouvir um curto diálogo entre um jovem barcelense e uma jovem, também ela do norte do país, a avaliar pelo "sotaque", mas cuja proveniência não me apercebi. Pela prosa que mantiveram, percebi que a rapariga é caloira e ele já está na Universidade de Aveiro há algum tempo. O que achei curioso foi o facto dele, rapaz para os seus 20/23 anos, no máximo, estar a tentar convencer a rapariga que tem 27!!! Ela não se acreditou e eu também não.
Mas fiquei a pensar porque raio quereria ele que ela pensasse que ele tem 27 anos…
Quando eu era menor de idade, ansiava pelos 18. Sem dúvida! Mas depois disso, não me lembro de alguma vez ter desejado ser mais velho do que sou…

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Festa dos Amigos d´Avenida

Os Amigos d´Avenida, um conjunto de cidadãos de Aveiro, estão a organizar uma grande festa no próximo dia 19 de Setembro, Sábado, que se insere nas comemorações dos 250 anos da cidade.
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Este evento é o culminar de seis meses de actividades deste movimento, tendo como um dos objectivos a promoção da reflexão sobre as transformações da cidade, em particular do seu espaço público, e o desenvolvimento de actividade experimentais de animação do espaço público (http://programadasfestas.blogs.sapo.pt/). Como corolário dessas actividades este movimento produziu um manifesto pela qualificação e animação do espaço público (http://manifestopelacidade.blogs.sapo.pt/) e esse manifesto deu origem a um projecto cinematográfio - o projecto Aqui! Here! (http://aqui2009.blogs.sapo.pt/). Para além disso, os Amigos estão envolvidos no desenvolvimento de um projecto colaborativo de reflexão sobre o futuro da Avenida Lourenço Peixinho (http://projectoavenida.blogs.sapo.pt/).
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O evento no próximo Sábado decorrerá em Aveiro, Ovar e ílhavo/Costa Nova. Mais informações através desta via. Numa altura em que a dita sociedade civil parece tão "desligada" das causas públicas, é de enaltecer a dinâmica deste movimento.

domingo, 13 de setembro de 2009

A Festa das Pessoas!

Já lá vai mais de uma semana, mas não queria deixar passar a oportunidade de partilhar por aqui, a vivência de mais uma edição da Festa do Avante. Este ano, na companhia de um grupo de malta fantástica, tive o privilégio de viver a Festa por “dentro”. Graças ao Filipe, foi-me permitido entrar no recinto algumas horas antes da abertura oficial e constatar a azáfama dos milhares de pessoas ligadas à organização naqueles instantes que antecederam o momento de franquear as portas à multidão, bem como, após o fecho no último dia, o ambiente de festa após a Festa, madrugada dentro, daqueles que, durante várias semanas e também nos dias da Festa, abdicaram do seu descanso e do merecido momento de desfruto do evento que tanto ajudaram a montar, para se ocuparem do exercício de uma imensidão de tarefas que os absorveram até à exaustão. No entanto, a convicção de que o seu partido continua a organizar um dos maiores e melhores (senão mesmo o maior e melhor!) eventos de cultura e animação do país, transforma o cansaço dos militantes em energia e optimismo para o ano que se segue.
Tentar descrever a Festa do Avante nestas linhas seria uma tarefa ingrata para mim e injusta para as mais de 7.500 pessoas (!), a grande maioria de forma voluntária, que colocam esta Festa de pé. Das várias edições em que me foi permitido estar presente, tenho de reconhecer que nenhuma me desiludiu. Os anos passam e fico com a convicção que a Festa está cada vez melhor e maior. Melhor na diversidade e na organização. Maior no número de visitantes, sobretudo, jovens.
O PCP está de parabéns pelos excelentes três dias que proporciona, todos os anos, a quem visita a Quinta da Atalaia no primeiro fim-de-semana de Setembro.
A edição deste ano prometia e não defraudou! Na Sexta-Feira, destaco a Grande ópera, presenciada por dezenas de milhares de pessoas. Foram, sensivelmente, duas horas e meia dum espectáculo sublime! Deixo aqui um “cheirinho” encontrado no youtube.
No Sábado, gostei bastante do concerto dos Blind Zero, mas foram os Clã a “estrela-maior” deste dia no Palco 25 de Abril. No Domingo, os Peste & Sida puxaram bastante pela assistência, mas foram os Ska P que “partiram a loiça toda”. Que grande concerto que esta banda do bairro operário madrileno de Vallecas proporcionou. Um recital de ska de intervenção contra o capitalismo, o imperialismo e a guerra. Fiquei surpreendido com a adesão em massa a este concerto de muitos milhares de jovens. Impressionante ver tanta gente a vibrar com as músicas de uma banda de tão forte cariz ideológico. De referir, em jeito de curiosidade, a actuação do Grupo Folclórico de Esgueira, no Domingo à tarde, no Palco Arraial.
Mas a Festa do Avante é muito mais do que um festival de música. Além dos concertos de vários géneros musicais, bandas e sons de todo o mundo, tem teatro, cinema, debates, fóruns, feira do livro, do disco, da ladra, espaços de gastronomia regional e internacional, ciência, desporto, artesanato, bienal de artes plásticas, etc… E, claro, a componente política que, legitimamente, o PCP lhe confere. Acho ridículo que se tente ocultar a relevância da Festa do Avante. Independentemente das opções político-partidárias de cada um, a Festa do Avante, pela sua dimensão social e cultural, é uma festa do povo para o povo. Merece ser visitada por todos. Novos e velhos. Sem preconceitos.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Jardim do Marquês

Numa incursão à cidade Invicta, deu-se o acaso de conhecer o Jardim do Marquês e, necessitando de "fazer" algum tempo por ali, ter o privilégio de me sentar alguns minutos num banco daquele jardim.
O bocadinho que ali estive, além de ter dado para desfolhar o JN do dia, permitiu-me observar a dinâmica e a envolvência daquele espaço. Uma zona de circulação pedestre em terra batida, uns arbustos, umas árvores, um coreto, um quiosque de revistas e jornais, muitas pessoas a passar e, mais espantoso, um numeroso grupo de homens, todos acima dos 50 de idade, a jogar cartas e a conviver à volta dumas mesas e bancos de pedra.
Achei delicioso o facto daquele jardim, apesar do seu aspecto "desactualizado" e "desconfortável" para qualquer arquitecto dos nossos dias, revelar tanta vida em si mesmo.
O estar ali transportou o meu pensamento para outros locais, noutras cidades, que foram objecto de intervenções urbanísticas. Sítios que já foram uma referência, autênticos pontos de encontro que, com o passar dos anos, mesmo requalificados, com mobiliário urbano ultra-moderno, deixaram de ter vida.
O Jardim do Marquês não se actualizou... Está ali, no meio das ruas e do trânsito, alheio ao progresso. Mas, talvez por isso, o Jardim permanece com tanta vida. É que são as pessoas que tornam os sítios especiais e aquela malta toda que por ali pára, certamente, há muitos anos, sente-se bem ali, num espaço cujos elementos identitários permanecem inalterados. Uma prova inequívoca de que há valores que o conforto e a modernidade não substituem.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Um beijo?!

Muitas vezes, no calor das situações, as pessoas dizem o que não pensam, falam sem pensar, fazem figurinhas tristes, protestam sem razão, etc, etc...
São várias as reacções tipificadas nos seres humanos em momentos de maior tensão. O que eu nunca tinha visto (ou, sequer, imaginado!) era isto! Vejam bem o vídeo... Hilariante!

domingo, 30 de agosto de 2009

Tendência para complicar...

Isto de estar mais de 3 semanas fora de Aveiro já não acontecia há muitos anos… Foi refrescante! Sinto-me com energias renovadas para enfrentar uma nova dinâmica que se impõe. Para já, os últimos dias em Aveiro têm servido para me actualizar sobre vários assuntos, rever alguns amigos e pôr alguma “ordem na casa”. Confesso que, dada a conjuntura que se me depara, já sinto saudades do calor da Andaluzia e do Algarve, bem como, das respectivas envolvências harmoniosas.
A primeira missão neste pós-férias está a ser a desmontagem de uma embrulhada de todo o tamanho provocada por uma sucessão de mal-entendidos e equívocos de pessoas que têm como característica falar por “meias-palavras”, criando com isso situações embaraçosas umas às outras.
O ideal seria que se evitassem as trapalhadas… No entanto, quando elas acontecem, seria importante que quem está metido nelas assumisse uma postura construtiva que facilitasse a sua desmontagem. Arrepiar caminho, portanto. O problema é que os mal-entendidos são geradores de desconfianças e depois, está claro, torna-se mais difícil promover o diálogo entre os agentes da trapalhada, pois estes abdicaram de conceder a presunção de boa-fé aos seus interlocutores. Daí a apontar o dedo acusatório, é um passo. E pronto, num ápice, está o caldo entornado!
Tudo seria escusado se prevalecesse o diálogo claro, frontal, sincero e objectivo. Onde não há certezas, que se convoquem todas as cautelas.
Com uma grande dose de sensatez, muita paciência e alguma habilidade, acredito que muitos dos problemas aparentemente “inultrapassáveis” se resolvem.
Dizem que a vida é complicada, mas eu acho é que são as pessoas que a complicam.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A terminar...

Depois da "aventura espanhola", seguiram-se mais uns dias de puro prazer algarvio. Tempo maravilhoso (adoro o calor!), a praia excelente, o mar espectacular... Boas companhias, excelentes sangrias, grandes conversas e uma ou outra noitada. Pelo meio, algumas horas (deviam ter sido mais...) dedicadas à Pós-Graduação.
Há muito que umas férias longe de Aveiro ou Coimbra não me faziam tão bem ao espírito. Recordava, com nostalgia, os tempos de menino em que nunca queria ir embora no fim das férias. De facto, nós seres humanos somos estranhos até para nós próprios. As motivações mudam, as necessidades também...
Aqui deixo o meu agradecimento às pessoas (felizmente foram muitas!) que comigo conviveram neste Verão. Nos próximos dias, estarei de regresso à Veneza Portuguesa para desfrutar dos últimos dias de Agosto e preparar o terreno para o turbulento e desafiante ano que se segue. A vida não pára!

domingo, 16 de agosto de 2009

Vacaciones...


Depois de duas semanas afastado das lides “netinianas”, impõe-se que preste, através desta via, o meu tributo a Conil de La Frontera, um município da Província de Cádiz, na Andaluzia. Trata-se de uma localidade marítima muito pitoresca na qual a influência árabe se nota nas suas estreitas ruas, nas suas baixas casas brancas, nos seus pátios e pequenas praças.

Na companhia do Pedro "o Quinze", do Nuno, do Paulo e do Alex (Que quinteto de luxo! Quem dera ao Queiróz ter estes cinco “galácticos” na selecção nacional!), lá fui conhecer a costa sul espanhola, ou pelo menos, algo dela.

Conil revelou-se uma grande surpresa. A localidade é muito agradável, a praia é grande, o mar é fantástico e a temperatura esteve sempre acima dos 30 graus… No entanto, como sempre digo, são as pessoas que tornam os locais especiais e, neste particular, estivemos muito bem acompanhados pelas simpáticas anfitriãs Cynthia, Andreia, Garazi, Maria e Heidy. Estão especialmente de parabéns por nos terem aguentado uma semana sem perderem o fair-play! O Dani e o Alberto, amigos das anfitriãs, estiveram quase sempre connosco e foram inexcedíveis, tornando a estadia ainda mais divertida.

Para recordar, além destes amigos, o “botellón”, a “carpa”, a “playa”, a “Cruz Campos”, o “saludo minimal”, o “Carlitos na área”, os adeptos do Bétis que não gostam do Ricardo, os italianos do “Family Guy”, os marroquinos que não conhecem Aveiro mas conhecem a Vagueira (!), etc... Já para não falar dos hilariantes "Fala-me bem!" e "Tira-me a mão" pronunciados pela Cynthia a emitar o "Pê Éne"! (eheh!)
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Agora vou tratar de aproveitar mais uns dias de calor algarvio, porque já me avisaram que na “Veneza Portuguesa” está fresquito…

Termino este post com o link para o vídeo da música que, (quase) unanimemente, foi escolhida como a banda sonora de Conil´09... Embora a minha preferência recaísse sobre esta. :)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Os 52 do Rui...

Aos meus 7 anos, já eu sabia todas as letras do álbum "Mingos e os Samurais", o qual pedi à minha avó que o comprasse para oferecer à minha mãe (para eu o poder ouvir em casa, claro está!). O primeiro concerto que me lembro de ter exigido aos meus pais que me levassem foi, precisamente, um concerto de Rui Veloso, talvez em 1990 (já não tenho a certeza...) no antigo Parque de Feiras e Exposições.

As músicas do Rui acompanharam o meu crescimento e posso mesmo afirmar que têm sido a banda sonora da minha vida.

E hoje, ao olhar para cima e a sorrir à lua, eu canto "Não há estrelas no céu...".

terça-feira, 28 de julho de 2009

Lição de economia...

A crise instalou-se numa pequena vila e estância de veraneio na costa sul da França.
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Há pessoas carregadas de dívidas.
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Subitamente, um turista russo, rico, entra no pequeno hotel local. Pede um quarto e coloca uma nota de 100 € sobre o balcão, pede uma chave de quarto e sobe ao 3º andar para inspeccionar o quarto que lhe indicaram, na condição de desistir se não lhe agradar.
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O dono do hotel pega na nota de 100€ e corre ao fornecedor de carne a quem deve 100€. O talhante pega no dinheiro e corre ao fornecedor de leitões a pagar 100€ que devia há algum tempo. Este, por sua vez, corre ao criador de gado que lhe vendera a carne e este, por sua vez, corre a entregar os 100€ a uma prostituta que lhe cedera serviços a crédito.
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Esta recebe os 100€ e corre ao hotel a quem devia 100€ pela utilização casual de quartos à hora para atender clientes. Neste momento, o russo rico desce à recepção e informa o dono do hotel que o quarto proposto não lhe agrada, pretende desistir e pede a devolução dos 100€. Recebe o dinheiro e sai.
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Todos liquidaram as suas dívidas e, nesta pequena vila costeira, encaram agora com optimismo o futuro.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ouvir, voltar a ouvir... não parar de ouvir.

"A nossa verdadeira identidade é a própria consciência e não as coisas com que a consciência se identificava." Eckhart Tolle

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