Código da Vivência

terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

Duas cusquices blogosféricas:


O Bom Vivant irritou-se com o programa "Herança" da RTP. Está certo, tem o seu direito à indignação que nem ao Malato dá tréguas.

Enquanto isso, o Rui Baptista do Amor & ócio anda a curtir à grande o carnaval de Salvador da Bahia e parece que quer matar a malta de inveja. Isso é que não está certo...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

E se...

Um insulto aos Portugueses!

A ironia de Pedro Santos Cardoso no Dolo Eventual:

José Sá Fernandes (foto) está a fazer um péssimo serviço ao país. O vereador da CML abriu um precedente que em nada dignifica o exercício de cargos públicos. Anos e anos de combate sério e honesto - um verdadeiro exemplo para as gerações vindouras - de nomes como Avelino Ferreira Torres, Fátima Felgueiras e Valentim Loureiro que, com a sua abnegação, altruísmo incorruptível e espírito de missão tantos frutos tem oferecido à nação, jogados janela fora. Se alguma esperança havia ao fundo do túnel para o país com o trabalho destes Senhores com letra maiúscula, José Sá Fernandes, com o seu ignominioso modus operandi, tratou de a matar. Peço-lhe que páre em nome de todos os portugueses enquanto é tempo, Sr. Vereador.

O blog da Spaika!


A Spaika ficou inibida com o protagonismo susciptado pelo Código e o seu tutor pediu para retirar o link, o que eu respeito. Ele que não me peça é para tirar a foto da "menina" que enche de ternura os visitantes deste blog. ;)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

«Coçar onde é preciso»

Dia 2 de Março, às 21:30, no Teatro Aveirense.

Crédito: AgendAveiro

Haja paciência...

A direcção do Beira-Mar pratica os preços de bilheteira mais baixos dos escalões de futebol profissional em Portugal e, mesmo assim, há quem consiga ver "oportunismo" por trás desta campanha. Seria de ignorar, não fosse o dito senhor ter espaço de opinião num jornal desportivo diário de âmbito nacional.

Os blogues e o fim do mundo!

A Helena estava inspirada quando se lembrou de imaginar como alguns blogues anunciariam o fim do mundo. Para ver no Solistência.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

O Terra & Sal...

Não sei quem é. Só sei o que diz o seu perfil e o Salmarítimo. Mesmo não sabendo quem é, uma vez que nunca se identificou, aprecio os comentários que espalha pela blogosfera aveirense. Revela um cuidado de escrita e uma sensatez invulgares nestas lides "netinianas". Nos comentários do Cagaréus & Ceboleiros (não importa agora a que propósito) deixou ficar esta história que não resisti em trascrever aqui:

«Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar o seu 1º discurso, na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo do seu pai, o que tinha achado do seu desempenho naquela assembleia de vedetas políticas.
O Lord pôs a mão no ombro de Churchill e disse-lhe em tom paternal: Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi demasiado brilhante neste seu primeiro discurso. Isso é imperdoável! Devia ter começado um pouco na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência e coragem que demonstrou hoje deve ter conquistado, no mínimo, 30 inimigos.
O talento arrasa! Ali estava uma das melhores lições que um velho sábio pode dar ao pupilo, que se inicia numa carreira difícil.
Mas nem por isso Churchill deixou de triunfar.»

Nem sei que título dar a este post...

Adolescentes assassinam travesti no Porto. Deputado é apanhado pela BT a 200km/h e não se lembra de ter sido autuado quase duas dezenas de vezes. Mário Ferreira, milionário português, paga duzentos mil euros para ir ao Espaço. A administração fiscal vai executar um abuso de penhoras devido aos contribuintes em falta, etc... etc.
Um país tão pequeno e tão "activo"!
Ainda estou a recuperar da meia-hora de televisão que vi hoje. Valeu pelo grupo de idosos que celebrou o Carnaval numa discoteca da Mealhada. Alguns nunca se tinham mascarado. Afinal de contas, a sua infância foi de trabalho. Mais do que ninguém merecem estar felizes...

Benfica - Liverpool

Uma equipa italiana treinada por um holandês, com seis brasileiros, quatro portugueses e um francês no onze inicial, ganhou uma «partita di calcio» a outra equipa italiana, treinada por um espanhol, com quatro espanhóis, dois ingleses, um finlandês, um norueguês, um irlandês, um australiano e um franco-maliano no onze inicial. Vá lá saber-se porquê, os italianos ficaram indiferentes, os portugueses ficaram eufóricos e os ingleses deprimidos.
Deve ser a isto que se chama globalização.

Vida de maquinista deve ser difícil...


Clicar em cima da imagem para ler o artigo

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Recordar Aveiro (cheias 1938)


O blog Praça do Peixe já tinha apresentado algumas fotografias, mas, pela força das imagens, acho que vale a pena postar a colecção completa, da autoria de Raúl Marques de Almeida:


O Canal Central e Ponte de S. João. À direita, parte da Praça do Rossio.


O Canal Central.



Parte do Canal Central.



A Rua João Mendonça e Canal Central



A Rua João Mendonça e Praça do Rossio.




A Rua João Mendonça.


A Praça do Comércio.


O Canal Central, parte do Rossio e Rua João Mendonça..

O Canal Central e em 1º plano, a rua de acesso à Barra e Costa Nova.

O Canal Central, Praça do Comércio e Hotel Arcada.
O Canal Central e parte da Praça do Comércio (actual Praça Melo Freitas).

O Canal Central e parte do Rossio.

O Canal Central e parte do Rossio.

A silhueta do repórter fotográfico.

crédito

terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

Tudo bons rapazes...

Ano após ano, a organização da Queima das Fitas de Coimbra dá confusão. Desta vez, é a Comissão Organizadora da Queima das Fitas de 2005 que vai ser demandada devido aos graves prejuízos (mais de 100 mil euros) que provocou à AAC. Quando chega a hora de "fazer contas", faltam sempre dinheiros e justificações para tal. Situações que não contribuem para a credibilidade da Academia e dos estudantes. Mesmo separando as águas, estes problemas internos que saltam para a opinião pública desgastam a imagem da AAC fragilizando-a na posição de liderança que sempre assumiu no movimento estudantil nacional. O património de intervenção de excelência da Academia de Coimbra no passado, merece mais competência e responsabilidade por parte dos actuais representantes.

Choque Tecnológico II e III


Recorde AQUI o Choque Tecnológico I

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Bola de Cristal

Pense num número entre 0 e 99. Some os dois dígitos desse número (ex: 23=2+3). Ao número que inicialmente pensou, subtraia o resultado da soma que fez (ex: 23-5). Veja a que símbolo corresponde o resultado da sua operação e confirme se a Bola de Cristal lhe adivinha o pensamento.

domingo, 19 de fevereiro de 2006

A Fonte

Poucos dias antes de nos deixar, a minha avó apresentou-nos (a mim e ao meu irmão) este poema da sua autoria dedicado à fonte de Cabanões, em Travassô (sua terra), escrito como sabia num pedaço de papel. A dita fonte é da responsabilidade de seu pai - João Baptista - meu bisavô, que não cheguei a conhecer.
...
A Fonte da Avó "Quice"

sábado, 18 de fevereiro de 2006

Porque este Código é feito de vivências...

... sejam elas tristes ou felizes. Em homenagem à minha avó, quando os dedos das mãos se desprenderem da dor que me aperta o coração, talvez arrisque a dizer aqui, por palavras que serão sempre curtas, porque ela não me deixa apenas a saudade, deixa-me uma grande referência.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

Para que não restem dúvidas...

Depois da descoberta blogoscientífica da fórmula "1 em 2", seguiu-se a fase da identificação correcta do objecto da investigação. Para tal, foi adoptado um rótulo, talvez inspirado no ambiente da campanha eleitoral que já passou há mais de 100 dias, ou, quem sabe, numa qualquer manifestação sindical, antecipando cenários futuros.
Imagem do Blog Elio Maia

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

Recordar Aveiro

Aveiro nos fins do século XIX (1890): Largo de Luís Cipriano Coelho de Magalhães, antigo Presidente do Município de Aveiro e pai de José Estêvão. Neste local se realizava a praça de hortaliça e da fruta. À direita, a casa com as Alminhas do Côjo e a barbearia de António de Lemos Júnior.
Aspecto da feira da madeira, conhecida por Feira de S. José. A venda da madeira era feita na Rua da Alfândega, à esquerda, e na Rua do Cais, à direita, onde também se vêem barracas da Feira de Março.
Aspecto de Aveiro nos finais do século XIX, vendo-se o Largo do Rossio, a Feira de Março e a Capela de S. João.
Aspecto do Canal Central em dia de cheia. À direita, no Largo do Rossio, a antiga capela de S. João, edificada em 1607 e demolida em 1911.
Aspecto de Aveiro, o Canal das Pirâmides e as marinhas de sal.
Aspecto do quiosque pertencente a António de Sousa, próximo da Ponte dos Arcos, uma das duas pontes que ligava as margens do Canal Central. Ao fundo, o edifício da Câmara Municipal de Aveiro.
Mostra-nos a venda de «cambos» de cebolas, junto do cais, e um aspecto do centro da cidade com as duas pontes.
Fotografia anterior à construção do Mercado do Peixe, mostrando o Cais dos Botirões e Mercantéis. Em primeiro plano, o chafariz.

Aspecto do Mercado do Peixe e chafariz, nos princípios do século XX.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Ataque suicida H5N1

Versão "Gripe das Aves"

Vegetarian Rhapsody


terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Liberdade de expressão

(Imagem do Estradas Proibidas)

No final da manifestação a favor da liberdade de expressão, que se realizou frente à embaixada da Dinamarca em Lisboa, apareceu um indivíduo exibindo uma bandeira com uma céltica estampada, um dos símbolos associados à extrema-direita. Para ele não houve "liberdade de expressão" que lhe valesse pois foi levado pela polícia. Uma situação que suscipta obviamente várias questões.
Sou da opinião que as sociedades democráticas em nome da preservação da democracia, enquanto expoente da própria liberdade, não podem tolerar movimentos ou ideologias que a ponham em causa. Podemos discutir e defender tudo desde que não coloquemos em risco as bases que sustentam essa mesma liberdade de pensamento e de expressão.

Galitos de Parabéns!

O Clube dos Galitos foi distinguido recentemente pelo Instituto de Desporto de Portugal como "Clube Juvenil do Ano 2005". Um prémio de reconhecimento pelo excelente trabalho que o Galitos tem desenvolvido na modalidade de basquetebol. As imagens do prémio e do diploma no Visto de Fora e no Fotolog do Galitos.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Tampas que valem cadeiras de rodas


Como surgiu esta ideia e como se tem desenvolvido esta campanha - ver peça do JN através desta via. Não deitem fora as tampas das garrafas é o apelo da Associação Tampa-Amiga.

Polémica à "moda de Aveiro"...

Na semana passada, o Embaixador Francês deslocou-se a Aveiro em visita às instalações da C.A.C.I.A., Universidade e CMA. O embaraço aconteceu, precisamente, quando chegou à CMA e o Presidente Élio Maia não se encontrava. O vereador Pedro Ferreira e o acessor de imprensa João Oliveira fizeram as honras da casa mas não se livraram do sarcasmo formidável de Raúl Martins (candidato à concelhia do PS Aveiro) no Margem Esquerda.
Depois de muitos comentários, alguns reveladores de um elevado sentido de humor, outros mais "irritados" e, outros ainda, claramente a tentar tirar aproveitamento político-partidário da situação, pensava eu que o assunto, como muitos outros, tinha expirado o prazo de validade.
Mas não! O blog Ecos da Capitania da autoria do "Capitão" faz questão de não deixar "cair" o assunto, iniciando um peditório com vista à aquisição de um manual de boas maneiras para oferecer à actual estrutura da CMA. Na secção dos links do referido blog, ainda se pode encontrar o endereço do blog do Ambassador de France, autor de alguns dos comentários mais irónicos aos posts do Margem Esquerda.

sábado, 11 de fevereiro de 2006

Hipocrisia geradora de irresponsabilidade...



A possibilidade de virem a ser distribuidos preservativos nas escolas está a gerar celeuma. Hoje em dia, qualquer jovem tem acesso a preservativos gratuitos nos IPJ´s, nas Casas da Juventude, Centros de Saúde, etc... Até algumas marcas, como é exemplo a Media Market, usam os preservativos como brinde promocional, como quem oferece uma esferográfica ou um isqueiro. Cada vez mais, o preservativo é visto como um utilitário, o que felizmente - digo eu - já lhe confere um carácter de essencialidade no subconsciente juvenil. Os preservativos são distribuidos gratuitamente à porta de grandes eventos, nas Universidades e estão à venda em qualquer supermercado.
Nas escolas, parece que a distribuição gratuita dos ditos dependerá da autorização dos pais. Ainda há quem acredite que a ignorância pode ser boa conselheira...

Padre desequilibrado...

Qual Presidente do Irão, qual Alberto João Jardim, qual Robert Mugabe, qual George W. Bush: todos aprendizes do Padre Nuno Serras Pereira!

Crédito: Dolo Eventual

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

Situações...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

Aqui, bem perto...

Num breve olhar por um ou outro blog e pela edição online do Diário de Aveiro, facilmente se encontra o "apito dourado", a bruxaria explícita no futebol mais uma vez, o polícia detido em flagrante a receber suborno, um suspeito mesmo muito suspeito de abusar da cunhada com 12 anos... E não me apetece ver mais.
Por hoje chega... é melhor nem ligar a televisão.

Tem a certeza?


Consegue identificar facilmente o "Sr. Raiva" e o "Sr. Calma"?
Então, levante-se da sua cadeira, afaste-se aí uns 3 metros do monitor do seu computador e confirme.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

Ainda os cartoons da discórdia

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, o Prof. Doutor Freitas do Amaral, assinou uma declaração oficial que pelo seu âmbito e pelo seu conteúdo tem os condimentos necessários para uma boa polémica. Daquelas para "encher linguiça"...
Interessante a posição do João Oliveira no Notas de Aveiro e os comentários que susciptou. Em grande estilo, aplicando doses elevadas de ironia, Constança Cunha e Sá comenta n´O Espectro a dita declaração.
Eu deixei um breve comentário no Notas mas, para ser franco, esta declaração do Governo passa-me um pouco ao lado e poucos lá fora lhe atribuirão alguma importância. Aliás, é estranho ver o Governo Português a tomar uma posição própria bem mais conservadora que a maioria dos países da UE. Por isso, entendo-a como uma "pérola" governamental para alimentar os colunistas de jornais nacionais e os nossos bloguistas mais desinspirados de assunto.
No fundo, partilho um pouco da pergunta deixada no blog Blue Everest pelo seu autor, João Camilo:
E se os brilhantes espíritos, os inefáveis artistas que decidiram misturar religião com política de maneira desnecessária e ofensiva, tivessem reflectido duas vezes antes de criar a confusão e interferir com a existência e a segurança de outras pessoas, tinha-se perdido alguma coisa? O que é que se ganhou, em todo o caso? Quem é que ganhou alguma coisa com esse exercício fútil da "liberdade de expressão"?

"Histórias de Guarda-Redes" e "Histórias de "Adeptos"

Duas "estórias" que não são indiferentes a quem viveu e conheceu o Beira-Mar doutro tempo que já não o meu. Textos de Narciso Cruz para o Bancada Norte acessíveis aqui e aqui.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Os últimos adeptos...

Artigo da autoria de A. Magalhães, publicado numa coluna do JN, que vem na sequência da opinião que manifestei no Bancada Norte sobre o tema das claques. O texto refere-se aos Super Dragões mas é quase aplicável a qualquer outra cor clubística. Pela importância da sua mensagem, não resisti em transcrevê-lo na íntegra:

Quando cheguei ao Estádio do Dragão, onde assisti ao F.C. Porto-Paris St. Germain, estranhei encontrar um anúncio da cerveja Carlsberg no meu lugar cativo. Como se já não bastasse estar a meio da bancada Vodafone a olhar para a equipa da camisola Revigrés.
Porém, não era esse o problema. O lugar já não me pertencia, explicaram-me os companheiros de desgraça. Tinha sido, tal como outros em volta, disponibilizado pelo clube para os convidados dos patrocinadores da Liga dos Campeões, apesar de ter sido comprado quando o estádio ainda era um esboço de cimento e estar pago até ao final da época. Os stewards encaminhavam-nos para um recanto esconso perto de um topo, lembrando que o director-geral da SAD já nos tinha enviado uma carta a avisar da mudança. Era verdade, mas eu não abrira a minha, convencido de que estavam outra vez a tentar vender-me seguros ou apartamentos.
Naturalmente, houve renitência, discussão. Faz parte da nossa natureza criar apego a um lugar, mesmo que ele não passe de uma cadeira de plástico. No auge da confusão, ocorreu-me então que estava perante um acontecimento exemplar, definidor de um tempo em que velhos adeptos valem menos do que ocasionais convidados de patrocinadores. Veja-se o modo como foram distribuídos os bilhetes para as duas finais europeias, com o bolo a ser oferecido aos parceiros comerciais enquanto os adeptos disputavam as migalhas entre si, de modo degradante. Já aí, em Sevilha e Gelsenkirschen, havia frívolos convidados de patrocinadores a ocupar o lugar de fiéis adeptos.
Em tempos que já lá vão, os clubes eram dos seus associados, ou seja, de quem os amava. Agora, são de quem os patrocina ou se disponha a comprá-los. Foi a isto que nos levou a alucinada mercantilização do futebol, a qual destruiu a natureza e as conotações simbólicas dos clubes. E até Joseph Blatter, depois de a FIFA ter acalentado o monstro, tornando-se ela própria numa agência internacional de negócios, se veio agora queixar. É que o monstro já não ameaça só os alicerces míticos do jogo, é todo um edifício que pode desmoronar-se.
O que vemos nós por aí? Clubes falidos, outros à venda ou a naufragar em passivos galácticos e outros ainda que nascem já como empresas, sem adeptos, como o Algarve United. Num mundo assim, quanto vale a imaculada camisola do Barcelona, sem publicidade, memória gloriosa do velho futebol? Só o futuro dirá quanto terão eles ganho ao não vender por dinheiro nenhum o símbolo máximo do clube.
Quanto aos pobres adeptos, esvaziados de concreção e substância, têm cada vez mais uma configuração folclórica, residual. Transformados em consumidores que também se consomem na combustão comercial, são hoje meros clientes que os clubes tratam com hipócrita deferência mas sem verdadeiro respeito. Porém, e por mais que lhe vendam a nova realidade das SAD, eles não conseguem associá-la aos seus afectos e sentem-se enganados por verem dominar a razão mercantil, que é pagã, sobre o respeito pelo símbolo, que é sagrado. Daí o desconforto de sentirem que todos os dias perdem qualquer coisa mais importante do que um lugar central no estádio.
Mas será que todos os adeptos foram submetidos? Nem pensar. No topo sul do estádio há um grupo de irredutíveis cujo amor não se despedaça contra a muralha tecnocrata. Aí, no seu reduto próprio, de que ninguém ousa dispor, os Superdragões impõem a sua vibrante natureza de adeptos insubmissos. Porém, eles não se limitam a agir durante os jogos, onde nos fazem ouvir até o seu silêncio, também invadem os treinos para oferecer o seu ponto de vista sobre as coisas, negoceiam com os dirigentes as suas quotas de bilhetes e o resto, insultam e ameaçam os jogadores que não deixam a pele em campo.
Podemos criticar os seus excessos, os quais, aliás, têm mais de provocação simbólica do que verdadeira ameaça, mas é preciso reconhecer que são os guardiões de poderes irremediavelmente perdidos. Olhem bem para eles porque são o que resta de uma velha categoria em extinção. Eles são os últimos adeptos.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

O Futebol na televisão...


Recordo-me de ser "chavalito" e aos Domingos à noite discutir sempre com a minha mãe. Apesar de ter aulas no dia seguinte de manhã, não admitia deitar-me sem ver o resumo do Beira-Mar no Domingo Desportivo. E que interessante era o Domingo Desportivo! Um programa que dedicava igual tempo de antena a quase todos os jogos. Dava resumos da Divisão de Honra e do futebol internacional, elegia os melhores golos da jornada e ainda dava notícias de outras modalidades (basquetebol, andebol, hóquei, etc...). Com o passar dos anos, o Domingo Desportivo descaracterizou-se, perdeu qualidade, interesse e, como senão bastasse, começou a dar cada vez mais tarde, tornando-se mesmo impróprio para quem estuda ou trabalha à Segunda-Feira. A solução, era deixar o vídeo a gravar e quando vinha da escola no dia seguinte, a primeira coisa que fazia assim que chegava a casa era ver a edição do "DD". Ainda hoje guardo inúmeras cassetes VHS com a inscrição "DD - X JORNADA - X ÉPOCA".


Há alguns anos surgiu a Sportv que conseguiu retirar os jogos do campeonato espanhol e italiano à TVI e os melhores resumos do campeonato português à RTP. Mesmo assim, desde os primórdios da Sportv que na minha casa se definiu que o orçamento familiar não estava disponível para financiar o "Sr. Oliveira" e família. Logo, a Sportv nunca entrou na minha televisão. Assim sendo, antes de ter acesso aos canais por cabo, estava limitado às poucas imagens que passavam na RTP (na altura detentora dos direitos televisivos do futebol português em sinal aberto) num programa tendencialmente mais pobre e a horas impróprias.

Entretanto, se a oferta já se tinha tornado fraca, a passagem dos direitos televisivos para a TVI acabou de vez com o meu encanto futebolístico de Domingo à noite. Num formato ridículo, com comentadores igualmente ridículos, cujo destaque vai inteirinho para o "sr. Jorge Coroado" e o outro cromo (qualquer coisa "Manha"... acho!) que chegam a ser patéticos, a análise futebolística do fim-de-semana resume-se à 1ª Liga (ou Superliga, ou BetandWin ou outra coisa qualquer), e, mais concretamente, aos jogos dos "três grandes" (os do costume...). Depois de analisarem e debaterem ao detalhe o penteado e as cores das cuecas dos jogadores, treinadores, dirigentes e até árbitros envolvidos nos jogos dos "três", então lá se dignam a passar à pressa os golos dos outros jogos da jornada. Resumos da Liga de Honra? Nem um! Temos os resultados e a classificação ditos a correr e já vamos com sorte. Futebol internacional? Faz-se uma ligação à Sportv e espetam-se dois ou três apontamentos em jeito de "é-só-para-não-dizer-que-não-dão-nada". Depois... bem, depois há qualquer coisa que chama de "fórum" mas a essa altura já me fui deitar que aquilo não interessa nem ao menino Jesus.

É triste e degradante a forma como a TVI trata o futebol português e os adeptos dos outros 15 clubes que compõem a 1ª Liga. Isto para já não falar da Liga de Honra e das outras modalidades que são completamente ignoradas.


Neste Domingo, aproveitei o intervalo da TVI para fazer um zapping. Passei pelo Herman Sic e vejo o advogado da Lena e da Teresa a falar das duas lésbicas que se pretendem casar. Parei uns instantes, admirado por se estar a tratar do tema com dignidade naquele programa. Não demorou muito para aparecer um Sá Leão ali no meio a "cantar" um tema que se intitula "O pai já vai!"... Escusado será dizer que mudei imediatamente de canal.

E... só parei quando vi um relvado! Eram resumos do futebol brasileiro. Fiquei a ver. Deixei-me ficar e caguei para o resto do enfadonho "programa" da TVI...

A verdade é que me entusiasmei a ver o "3º Tempo", um programa do canal brasileiro Record, muito bem dirigido por Milton Neves (foto). Fartei-me de rir com os comentários bem dispostos e sempre a "picar" dos comentadores. No mesmo programa estavam dois jogadores (um do São Paulo e outro do Corinthians) que também comentavam tudo, trocavam "bocas" animadas com os comentadores e falavam abertamente sobre eles próprios, sobre os seus clubes e até sobre outros jogadores. Tudo num ambiente descontraído, sem vedetismos saloios. Pelo meio, o 3º Tempo proporciona uma viagem aos jogos dos vários campeonatos brasileiros. Os resumos são extremamente completos e deliciosos. Mostram o ambiente que rodeia os jogos, passando imagens do movimento nas ruas junto aos estádios, entrevistando os "torcedores", mostrando e comentando as bancadas e os desempenhos das "Torcidas". Depois o jogo em si; e, no final, sempre a perspectiva de jogadores ou treinadores em pequenos "flash interview" ainda no relvado, a caminho dos balnários.

Diverti-me mesmo a ver o programa e até achei graça à forma como o apresentador pelo meio introduz algumas referências aos patrocinadores que, possivelmente, suportam o programa. As intervenções dos repórteres espalhados pelos vários estados eram também elas "apimentadas", com os próprios a assumirem a "defesa" dos seus campeonatos em relação aos demais. Um programa que mostra um futebol tão genuíno, tão popular, tão apaixonante. Aqueles estádios cheios, aquela loucura.

Como eu gostava que houvesse um programa assim na televisão portuguesa... Fiquei fã.

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