Código da Vivência

terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Rendeu-se!

Em Janeiro de 2004, Vasco Pulido Valente afirmou na Notícias Magazine: «As pessoas que escrevem nos blogues, como muitas das que escrevem nos jornais, como as que falam na televisão, dão aquilo que elas julgam que serão opiniões. Políticos falhados, jornalistas frustrados e tanta outra gente completamente iletrada, que não conhece os assuntos, e podiam dizer aquilo, ou o contrário, que era igual ao litro.»
Agora, em Janeiro de 2006, o mesmo Vasco Pulido Valente surge na blogosfera ao lado de Constança Cunha e Sá como um dos colaboradores d´O Espectro e entra a "matar". Manuel Alegre é o seu primeiro alvo.

O fim d´O Eleito

Em Outubro do ano passado, os autores do Dolo Eventual avançaram para a criação de um blog colectivo cujo tema principal seria a República e como subtema as eleições presidenciais.
Convidaram algumas personalidades blogosféricas e ao longo destes meses construiram um espaço - O Eleito - que mereceu até uma referência na revista Visão que o considerou o blog mais isento sobre as Presidenciais. Cumpridos os objectivos, os seus autores decidiram pôr termo ao projecto. Ainda assim, este "movimento cívico" (onde é que já ouvi isto?) poderá reaparecer na blogosfera. Existe, da parte de alguns dos seus membros, a vontade de reagrupar a equipa para futuros debates. Pessoalmente, é com muita pena que vejo o O Eleito encerrar as portas. O brilhantismo da sua existência merece continuidade.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Medidas que mexem e outras que páram!

Hoje, ao ler as edições online do Diário de Aveiro e do Diário de Coimbra, duas notícias despertaram-me particular atenção. O DA antecipa alguns dos sectores que serão alvo da reforma da Admnistração Central prometida pelo Governo. Além dos cortes previstos nalguns serviços resultantes da política de contenção de despesas, parece que o executivo se prepara para transferir algumas competências para as autarquias. Assim que essas competências e serviços se tornem do conhecimento público, vamos ver os autarcas a reclamar porque não lhes são atribídas verbas suficientes. Foi uma pena a divisão admnistrativa das regiões ter ficado na gaveta a seu tempo...

Só quando as galinhas tiverem dentes!
Quem percorre a Rua Direita em direcção à Praça 8 de Maio, encontra à direita um cartaz da Metro Mondego afixado numa casa já desabitada que diz "O METRO PASSA AQUI". Alguém, com apurado sentido de humor e razoável capacidade de previsão dos acontecimentos, predestinou por baixo "Só quando as galinhas tiverem dentes!". Pois bem, depois de um arranque muito mediático, as obras pararam e agora, segundo o DC, só depois de 2007 é que se saberá se o projecto é para continuar, ficando dependente do próximo Quadro Comunitário de Apoio.

Estou indignado!

O país apareceu nos telejornais porque... estava a nevar!!! E nós, Aveiro? Nada?! Nem um bocadito de granizo?! Qualquer coisita só para dar uns minutos de promoção televisiva à cidade... Seria tão bonito que aparecessem nas televisões algumas crianças a brincar junto à Sé, atirando bolas de neve à estátua da Santa Joana a gritarem e pularem de contentes, dizendo a todos com visível satisfação "A estátua é nossa! Já está paga! Yupiiii!".
Mas nada! Foi um Domingo frio... com Sol!
Estaremos nós a perder peso político junto das entidades divinas?
Estou preocupado... e indignado!
Foto: Blog do Élio Maia que não é do próprio!

sábado, 28 de janeiro de 2006

Abrir o golpe...

Não me considero uma pessoa propriamente "ultra-sensível" mas, desde que me lembro, sempre dei importância aos pequenos pormenores. Aliás, acho mesmo que à medida que a humanidade envelhece, o pequeno pormenor distingue cada vez mais os Homens. Uma das músicas dos Xutos & Pontapés realça a importância de um parafuso num foguetão. Acho a metáfora feliz... Se, naquilo que fazemos, tivermos o pormenor de dar atenção aos pormenores, não caindo no importante pormenor de dar demasiada importância aos pormenores, não resvalando para a mesquinhice ou para a utopia da perfeição, as possibilidades de sucesso são maiores. O título que dá nome a este texto resulta de um pequeno pormenor que faz toda a diferença. Algo que parece irrelevante, até do senso-comum, mas que se não for levado em cosideração, quase impossibilita uma tarefa tão simples como serrar madeira. O pormenor de "abrir o golpe" torna esse trabalho mais rápido, mais fácil e muito menos cansativo. Na vida, o mesmo acontece nas relações que estabelecemos com os outros e com o mundo. Devemos cumprir o fundamental atacando a essência, é um facto, mas não chega. O pequeno pormenor faz toda a diferença! «Pequenas coisas que nos faltam na vida, tornam as grandes incompletas.»
Nuno Q. Martins
(10-03-2005)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Treinando para "politiqueiro"...

(clicar em cima da imagem para aumentar)

Clube dos Jornalistas

Estive há pouco a ver o programa "Clube dos Jornalistas" na RTP 2. O tema era “A cobertura das Presidenciais nos media portugueses”. Em estúdio estiveram quatro convidados: Maria Flor Pedroso (Antena 1), João Adelino Faria (SIC Notícias), João Morgado Fernandes (Diário de Notícias) , Felisbela Lopes (professora na Universidade do Minho) e o moderador Ribeiro Cardoso. O programa contou, ainda, com um depoimento do fotógrafo António Pedro Ferreira.
Curiosamente, a dada altura a conversa virou-se para a relação entre os media e a blogosfera. Houve ainda tempo para uma análise aos graves lapsos (ou não?!) da noite eleitoral, nomeadamente quando as televisões tiraram Jerónimo de Sousa de "antena" para transmitir a saída de Cavaco Silva de sua casa, tendo acontecido o mesmo a Manuel Alegre quando estava a fazer a sua declaração e foi silenciado pelo "comentário" do Primeiro-Ministro. Um programa interessante que deixou transparecer algumas discordâncias no próprio seio jornalístico em relação àquela que deve ser a postura dos órgãos de comunicação social, tanto na cobertura de uma campanha eleitoral como, também, a relação do jornalismo com os blogues.
O programa repete esta Quinta-Feira pelas 15 horas na RTP 2.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Um exemplo de honestidade intelectual

Nos últimos dias, a propósito das eleições presidenciais, assisti a uma acesa, interessante e elevada discussão no Margem Esquerda entre o Dr. Raúl Martins e o Dr. João Pedro Dias. O sumo da polémica (no bom sentido) residia na consideração ou não dos votos nulos. A Constituição da República Portuguesa faz uma clara referência à exclusão dos votos brancos no nº1 do seu Art. 126º, excluindo-os do âmbito dos votos "validamente expressos". Tal alusão levou o Dr. João Pedro Dias a questionar-se sobre a possibilidade dos votos nulos (silenciados constitucionalmente) serem considerados como válidos. Num excelente exemplo de honestidade intelectual, o Dr. João Pedro Dias investigou sobre o assunto e chegou à conclusão que estava errado. A explicação histórica apresentada justifica a referência constitucional explícita aos votos em branco. Pela sua própria natureza, compreende-se que jamais um voto nulo poderia ser considerado como "validamente expresso", pois não permite aferir qualquer intenção inequívoca de voto. Pelo exemplo que deu e pela qualidade do esclarecimento, recomendo uma leitura atenta em Política Pura.

IRS

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

Um país, Dois PR´s!


Independentemente das simpatias partidárias ou pessoais, estou convicto que Cavaco Silva será um bom Presidente da República. A sua frieza, o seu calculismo e a sua experiência como governante serão certamente determinantes no exercício do seu mandato. Não acredito, ao contrário do que vou ouvindo "aqui e ali" que Cavaco fará a vida negra ao Governo. Antes pelo contrário. Quero acreditar que o PR agora eleito partilha dos mesmos princípios que norteiam o actual executivo e que colocará sempre os interesses do país acima de qualquer interesse partidário. Cavaco tem em Jorge Sampaio uma grande referência. Na minha humilde opinião, Jorge Sampaio foi (e será até 8 de Março - dia em que termina o seu mandato) um PR à altura das circunstâncias. Representou bem o país no exterior, assegurou o regular funcionamento das instituições, procurou sempre que possível gerar consensos, ouviu por diversas vezes os grupos parlamentares, o Conselho de Estado e o Governo não se fechando em sim próprio e nos seus poderes, mostrou firmeza e sensatez naquela que terá sido a situação político-partidária mais difícil de gerir destes dez anos, aquando da saída de Durão Barroso do Governo para presidir à Comissão Europeia que culminou com a nomeação de Santana Lopes e posterior dissolução da Assembleia da República. Enfim, um Presidente que me "encheu as medidas". Recordarei sempre o importante papel que Jorge Sampaio teve em todo o processo de libertação de Timor. Os múltiplos contactos que efectuou ao mais alto nível e a forma determinada mas discreta como assumiu a liderança do processo de mobilização da ONU para uma causa tão nobre. Noutros actos não públicos Jorge Sampaio terá sido determinante. Não é nenhum fenómeno de popularidade porque nunca se rendeu a populismos demagógicos. Tem um perfil marcadamente discreto. Claramente em contraste com o político comum. No entanto, e como prova do respeito nacional que Sampaio recolhe, é o próprio a assumir que nunca foi insultado durante estes anos em que percorreu o país.
Não acredito que Cavaco Silva será melhor que Jorge Sampaio, mas acredito que possa ser um melhor PR do que terá sido como PM.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

O PR que ganharia por maioria mais que absoluta?

A Revista SÁBADO publica esta semana uma foto-montagem que contempla a testa de Cavaco, o olhar de Soares e a barba de Alegre.
A imagem final não vos faz lembrar alguém?

quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

Prognósticos?


O primeiro dos últimos da primeira, ou seja, o segundo, pode muito bem ser o primeiro dos primeiros à segunda... ou não?

A importância de bem fundamentar...

Dois ucranianos caminhavam pelo passeio da Avenida da Liberdade no regresso de um dia inteiro de trabalho... quando um advogado, que vinha a toda velocidade no seu carro importado, atropela os dois.
Um deles atravessou o pára-brisas e ficou dentro do carro do advogado, enquanto o outro voou para bem longe, aí uns dez metros do local do atropelamento.
Passados três meses...
Os dois ucranianos saíram do Hospital e, para surpresa geral, foram direitinhos para a cadeia.
Fundamentos: Um por invasão de propriedade e o outro por ter fugido do local do acidente.

Os candidatos nas televisões em sinal aberto

Principais conclusões:
1ª É demasiado óbvia...
2ª Também é demasiado óbvia...
3ª Garcia Pereira nem aparece neste quadro...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

"Clássicos" em 30 segundos!

Para quem não tem tempo para ver filmes de duas horas ou mais, aqui tem a solução.
Uma sugestão que agradeço ao amigo Pedro Silva que me enche a caixa de e-mail com estas e outras (menos publicáveis) coisas interessantes...

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Vital Moreira sobre Cavaco Silva

"Aníbal Cavaco Deus Silva"
«Um antigo ministro de Cavaco sobre as presidenciais: "Precisamos de um Presidente que veja tudo e que saiba tudo". A omnividência e a omniciência sempre foram propriedades divinas. Felizes os povos que podem eleger Deus para Chefe de Estado...»
Vital Moreira (na foto) no blog Causa Nossa
P.S. - Não posso deixar de recomendar outro artigo, desta feita, no blog Aba da Causa que se intitula "O Presidente-treinador".

segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

O país da raspadinha

A leitura de um artigo de opinião (ou simples bitaite), independentemente de conhecermos o seu autor, é sempre uma descoberta. A primeira tendência é procurar no texto uma opinião coincidente com a nossa. Quando não a encontramos, das duas uma, ou, discordamos e dizemos para nós "o tipo que escreveu isto é um perfeito idiota", ou, "nunca tinha pensado nisto por este prisma...". Quando o inverso acontece, temos a gratificante sensação de vermos as nossas ideias nas palavras de outrém. Foi esta última sensação que tive ao ler o artigo do Jerico no blog O Jumento. Aqui fica:

Num país em que desde o Infante D. Henrique não há mentalidade de empreendedor, onde todo um povo olha a fortuna como o resultado de um jogo de azar, e até já nos saiu a sorte grande três vezes (o comércio das especiarias, o ouro do Brasil e as ajudas comunitárias), não admira que os portugueses escolham os políticos como se estivessem a jogar na raspadinha.
Não soubemos aproveitar as oportunidades que a sorte da história nos deu, gastámos as fortunas que por cá caíram como se fosse “dinheiro macaco”, e apostamos tudo num golpe de sorte. Assim como o pobre-rico vai a correr comprar o Mercedes também este país esbanjou recursos sem pensar em termos de futuro, como se não houvesse futuro, enchemos a barriga e estamos sempre na expectativa de o próximo quadro comunitário de apoio nos prolongar a boa-vida por mais uns anos. Por isso para Cavaco foi mais importante ter estado nas reuniões do Conselho do que ter entrado para a CEE, por isso Sócrates ganhou credibilidade quando assegurou uns milhões acima do que se esperava.
E fazemos com a política o mesmo que fazemos com o dinheiro que jogamos na raspadinha, escolhemos os políticos sempre na expectativa de que o próximo é que nos vai trazer a sorte grande, e se nos sai apenas a terminação adquirimos logo outra na expectativa de encontrar melhor sorte.
Os portugueses que não acreditam nos políticos, que não percebem que não há salvadores e que o futuro do país está na economia e não nos palácios governamentais, são os mesmos que esperam que seja o próximo político a trazer-nos mais uma sorte grande, talvez uns poços de petróleo na Ria Formosa.
No próximo domingo vai haver outra vez raspadinha.

Pequeno dossier sobre o conceito de Blog

Blog é uma abreviatura das palavras inglesas web (rede) e log (diário de bordo onde os navegadores registavam os eventos das viagens, principalmente ligados ao clima), ou seja, weblog, onde web representa a World Wide Web e log os registos escritos (ou noutros formatos mais modernos). O termo tem vindo a ser aportuguesado para “blogue”.
Um blog pode ser criado em cinco minutos, gratuitamente, por qualquer pessoa que tenha acesso à Internet, saiba ler, escrever e manipular um rato, um teclado e um browser. Uma vez criado, em segundos pode fazer a sua primeira entrada ou post e publicá-la para que todo o Mundo possa ler.
Conta com algumas ferramentas para classificar informações técnicas a seu respeito, todas elas são disponibilizadas na Internet por servidores exclusivos e/ou utilizadores comuns. As ferramentas abrangem: registo de informações relativas a um site ou domínio da Internet quanto ao número de acessos, páginas visitadas, tempo gasto, de qual site ou página o visitante veio, para onde vai do site ou página actual e mais outras informações.
Tem outra característica que o distingue das “antigas” páginas pessoais em geral: a interactividade, sob a forma de comentários dos leitores, que podem emitir opiniões sobre cada entrada do autor ou autores, ficando tais opiniões agregadas à entrada a que respeitam. A maioria dos blogs tem interactividade – que é aliás um dos atractivos, do ponto de vista do leitor.
O serviço mais conhecido a nível mundial é o Blogger. Os sistemas de criação e edição de blogs são muito atractivos pelas facilidades que oferecem, pois dispensam o conhecimento de HTML, o que atrai as pessoas a criá-los, em vez das suas páginas ou sites pessoais.
Sucintamente, um blog pode ser considerado um diário em formato electrónico que qualquer um pode criar na Internet. Tal como qualquer outro diário,não é obrigatória a actualização nem de posts (entradas, publicação) diariamente.
Palavras-chave sobre o Blog:
Blogosfera: Entende-se por blogosfera uma comunidade e conteúdos que constituem os Blogs. O conjunto de quem faz, de quem disponibiliza e de quem lê blogs é a blogosfera.
Postar: adaptado do inglês: to post ou a palavra mais usada pelos blogueiros se refere à publicação de conteúdo num blog, fotoblog ou numa página Web. O conteúdo a ser postado pode ser não apenas texto, mas imagens, vídeos etc. Dizemos hoje que vamos "postar" uma foto no fotolog, por exemplo. Os “postings” normalmente vêm acompanhados da data e do nome do responsável/autor. Devido à facilidade de publicação, postings ocorrem a qualquer segundo. Poucos foram os meios de comunicação que poderaram no facto de que a periodicidade da publicação não depende mais da capacidade de impressão das gráficas. Alguns jornais tentam adaptar-se e lançam os seus próprios blogs.
Comments: comments são os comentários feitos pelos leitores de um blog. É uma das medidas de sucesso de um blog e de um tema publicado. Os comments irão mudar a face do jornalismo e da publicação de informações on-line. A informação passa a ser viva e uma página de um jornal ou revista on-line vai parecer cada vez mais um "fórum de discussão" . Estes comentários provocam espanto tanto aos jornalistas como aos leitores nas versões on-line de jornais e revistas on-line mais corajosos. Muitos comentários podem trazer novas versões dos factos apresentados, inclusive contraditórias às informações publicadas.
Permalink: Vem da junção das palavras permanent e link, ou "link permanente". Como os blogs publicam conteúdos com regularidade, alguns serviços utilizam "permalinks" para cada "posting". Isso ajuda a encontrar um posting ou determinada informação publicada e que já não se encontra na página principal. Com os permalinks, os blogueiros poderão linkar directamente um posting de outro blog.
Trackback: É uma função disponível em alguns blogs que permite que se comente a informação publicada num "blog A" directamente num "blog B" e esta informação seja automaticamente reconhecida e citada no "blog A" com um link para o blog B. Jornais e revistas podem utilizar os permalinks para automaticamente "puxar" os comentários dos leitores nos próprios blogs sobre uma matéria, directamente para a página da publicação.
Texto de Mariana Pires no blog "ciber iscia"

sábado, 14 de janeiro de 2006

Botanabateira de Carlos Teixeira

Provavelmente até nem querias que o pessoal soubesse... mas, Aveiro é um meio pequeno e a "blogosfera" ainda nos aproxima mais. Pois é Carlos, descobri-te! eheh
Gostei do formato do teu blog. Muitas fotos e pequenos comentários. Um método, sem dúvida, muito atractivo. Já estás linkado.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Edital

Ser Ultra não é uma moda... é um modo de Ser!

O termo “ultras” é cada vez mais ouvido e falado no mundo do futebol. Até há relativamente pouco tempo, era vulgar ouvir-se falar das claques e dos hooligans omitindo a relevância dos ultras em torno do fenómeno desportivo. Com a aproximação do Campeonato da Europa de Futebol em Portugal, a comunicação social desencadeou uma “fobia” nacional em torno das questões de segurança, procurando explorar os diferentes movimentos de adeptos e os seus ideais. Neste contexto, surgiram alguns “estudiosos” a falar dos “ultras” em debates e reportagens que fizeram (e bem) passar a ideia de que os “ultras” são muito diferentes dos holligans mas, ainda assim, não foi possível ver qualquer reflexão sobre a essência do nosso “modo de ser”.

Já tive oportunidade de ler e discutir muito sobre esta questão e sempre optei por não me “colar” a nenhuma definição pré-concebida. Ouço e vejo repetidamente definir-se “ultra” aquele que na sua conduta de vida realça um amor desmesurado pelo seu clube. Alguns teóricos mais radicais chegam a afirmar que ser ultra é morrer pelo próprio clube se necessário. (?!) Penso que se trata de uma forma “ultra-romântica” de se afirmar a diferença que, no entanto, roça o irracionalismo fundamentalista que, quanto a mim, destrói toda a essência, encanto e nobreza do denominado “ultra genuíno”.

Afinal, o que pode beneficiar o nosso clube com a nossa morte?!

Se ser “ultra” é a nossa vida, aceitamos perdê-la pela facto de o sermos? Não me parece sensato nem coerente afirmar a diferença dos ultras nestes termos. Acredito que é pela vida dedicada aos seus clubes que os ultras de distinguem, numa concepção de vida positiva e não na perspectiva mártire que vulgarmente se apregoa. As definições comuns pecam por ser demasiado redutoras e simplistas, não reflectindo de facto, o sentimento que nos move. Sem pretender discutir o sexo dos anjos, pois acredito que só os poetas conseguem dizer o amor, sinto que ser “ultra” compreende uma necessidade de intervenção constante na vida do meu clube, não me limitando a apreciar, admirar ou criticar, mas sim, intervindo activamente, contribuindo de alguma forma com o meu esforço para enaltecer a instituição. Para mim, é esta dimensão de intervenção e participação desinteressada que distingue os genuínos daqueles que se dizem “ultras” simplesmente por moda ou afinidade, bem como dos demais adeptos dos clubes. Rejeito, simultaneamente, que seja requisito fundamental para se ser “ultra” o facto de se pertencer a um grupo “ultra”. Entendo que o sentimento e a atitude estão dentro de nós, não dependem de qualquer grupo. Ainda assim, o ultra sente que a sua voz tem mais impacto se se juntar a outros ultras e demais adeptos... todos a uma só voz! Por isso, não considero todos os membros de uma claque como sendo “ultras”. É importante que os genuínos não se isolem, pois desenvolvem uma acção essencial de dinamização dos seus clubes e respectivas massas associativas, injectando uma vitalidade que marca por si a diferença.


Nuno Q. Martins
(artigo publicado na ANzine em Agosto/2004)

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Estratégia?... ou talvez não?!

Ainda há bem pouco tempo, numa conversa privada com o J, falavamos sobre a comunicação no meio político. Um dos artifícios sobre o qual dispensamos alguns momentos de prosa tem a ver com a "criação do facto político". Pois é... uma "técnica" que pode servir para desviar as atenções ou preparar o terreno para algo. Ontem à noite, no programa televisivo "Prós e Contras", um ministro falou sem papas na língua sobre a (in)sustentabilidade do sistema de reformas da segurança social. Propositadamente... ou talvez não (se fosse outro ministro, não acreditava em ingenuidade), a verdade é que hoje a Segurança Social esteve na ordem do dia dos meios de comunicação social, nas diferentes campanhas presidenciais e, por arrasto (como sempre acontece), na boca do povo. Provavelmente, se tivesse ocorrido um grande desastre natural ou um atentado terrorista, as palavras do ministro tinham passado despercebidas.
Os EUA e o embargo a Cuba
Li no Quotidiano da Miséria mais uma situação surreal que o país "mais desenvolvido do mundo" promove. Confesso que apreciei a proposta irónica dos cubanos em doar o prémio para o auxílio às vítimas de New Orleans.

Os nossos blogues!




Este meu "bloguinho" ainda está à procura do seu rumo. Confesso que não lhe tenho dado a atenção que ele merece. O tempo para as lides netinianas é escasso e o BN é aglutinador.

Adiante... Quero começar, aos poucos (diga-se), a cumprir os meus objectivos para este espaço. Para tal, peço a vossa ajuda caros amigos e visitantes.

Usem e abusem da secção de comentários para me deixarem links de blogues que vocês recomendam vivamente. Mas só mesmo aquele(s) que vocês não vêm à net sem visitá-lo(s). Preferencialmente, gostava que me referenciassem blogues de Aveiro ou cujos autores sejam de Aveiro, ou que, de alguma forma, se relacionem com Aveiro a fim de criar uma lista de links de "excelência" da/sobre a nossa cidade. Contudo, não condicionem as vossas sugestões pela questão da territorialidade. Dentro da qualidade, o critério é vosso. Por isso, sejam exigentes.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

Festas do São Gonçalinho

A tradição diz que as promessas feitas ao Santo sejam «pagas» com bolos doces (cavacas) atirados do alto da capela para a população. Para a edição deste ano, a Comissão organizadora adquiriu três toneladas de cavacas, que entretanto já vendeu na sua totalidade.João Manuel Moreira, juiz da Comissão de Festas, mantém a expectativa de que ao longo das festas deverão ser adquiridas e atiradas do alto da capela, por particulares, cerca de dez toneladas daquele doce tradicional.
in Diário de Aveiro

A minha questão é a seguinte: As 10 toneladas de cavacas podem ser mandadas de uma só vez e posso eu escolher as pessoas que ficam em baixo a tentar apanhá-las?
Fazia uma lista bem composta em três tempos...

Serão efeitos da globalização?

segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

Opinião pessoal sobre o "O nosso modo de ser"

Na "nota prévia" que consta no livro esclareço como surgiu e evoluiu a ideia de realizar o "O nosso modo de ser". Por isso, aquela que devia ser a primeira parte deste post remeto para o próprio livro, mais concretamente, para a referida "nota prévia".
Quem ainda não tomou contacto com o livro, poderá ser levado a pensar que a minha colaboração na obra retrata a minha perspectiva sobre os UAN nestes cinco anos. Contudo, não foi esse o meu objectivo. Pretendi, acima de tudo, elaborar um "relato" isento em jeito de síntese dos momentos mais significativos vividos pelos UAN na sua/nossa ainda curta existência. Não teço grandes juízos de valor nem entro em pormenores mais íntimos da vida do grupo. Enalteço as características mais visíveis dos UAN através das fotografias pois, como disse e bem Tó-Zé Bartolomeu no lançamento do livro: "uma imagem vale mais que mil palavras".
Procurei, acima de tudo, textos curtos, simples e de linguagem acessível a todos. Cortei-me nos comentários. Trata-se de um livro dirigido essencialmente à comunidade aveirense pouco conhecedora dos meandros do movimento ultra. Por isso, entendo que não interessaria entrar em labirintos inacessíveis e, possivelmente, desinteressantes para o comum dos leitores. Tenho a consciência que o "O nosso modo de ser" será, para a maioria das pessoas que o adquirir, o primeiro contacto com a realidade de um grupo denominado ultra. Daí que, como se torna óbvio, convém que esta abordagem seja o mais "light" possível.
Para os membros dos UAN, este livro revela-se um arquivo de factos e memórias que estarão, certamente, bem presentes mas cujas recordações encontram no livro um fio condutor. Para aqueles que estão mais identificados com a causa ultra mas não conhecem os UAN ao pormenor, poderão aperceber-se neste livro de algumas das características que fazem dos UAN um grupo que marca pela diferença. O público em geral, não identificado com as "claques" encontra a possibilidade de contactar com uma realidade que desconhece e que, provavelmente, o vai surpreender.
Em termos pessoais, um dia gostava de voltar a participar noutro livro. Uma obra que retratasse o percurso fantástico do Beira-Mar. Um Clube que apresentou "lucros" durante seis anos consecuivos e em 2005/06 subiu ao escalão mais elevado do futebol português para, a partir daí, tornar-se num caso de estudo pela forma como se afirmou na sua região, no seu país e na Europa. Um Clube moderno mas com respeito pelas suas origens. Um Clube democrático. Um Clube que entra em todos os jogos para ganhar. Um Clube que se honra de cumprir os seus compromissos. Um Clube conhecido por ter dirigentes inovadores e de palavra. Um Clube que é um exemplo na formação. Um Clube eclético com muitas modalidades. Um Clube que enche o seu estádio e o seu pavilhão. Um Clube bandeira social, desportiva, recreativa e cultural de uma região. Um Clube que não se pretende apenas grande, mas sim enorme!

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