Ser Ultra não é uma moda... é um modo de Ser!
O termo “ultras” é cada vez mais ouvido e falado no mundo do futebol. Até há relativamente pouco tempo, era vulgar ouvir-se falar das claques e dos hooligans omitindo a relevância dos ultras em torno do fenómeno desportivo. Com a aproximação do Campeonato da Europa de Futebol em Portugal, a comunicação social desencadeou uma “fobia” nacional em torno das questões de segurança, procurando explorar os diferentes movimentos de adeptos e os seus ideais. Neste contexto, surgiram alguns “estudiosos” a falar dos “ultras” em debates e reportagens que fizeram (e bem) passar a ideia de que os “ultras” são muito diferentes dos holligans mas, ainda assim, não foi possível ver qualquer reflexão sobre a essência do nosso “modo de ser”.
Já tive oportunidade de ler e discutir muito sobre esta questão e sempre optei por não me “colar” a nenhuma definição pré-concebida. Ouço e vejo repetidamente definir-se “ultra” aquele que na sua conduta de vida realça um amor desmesurado pelo seu clube. Alguns teóricos mais radicais chegam a afirmar que ser ultra é morrer pelo próprio clube se necessário. (?!) Penso que se trata de uma forma “ultra-romântica” de se afirmar a diferença que, no entanto, roça o irracionalismo fundamentalista que, quanto a mim, destrói toda a essência, encanto e nobreza do denominado “ultra genuíno”.
Afinal, o que pode beneficiar o nosso clube com a nossa morte?!
Se ser “ultra” é a nossa vida, aceitamos perdê-la pela facto de o sermos? Não me parece sensato nem coerente afirmar a diferença dos ultras nestes termos. Acredito que é pela vida dedicada aos seus clubes que os ultras de distinguem, numa concepção de vida positiva e não na perspectiva mártire que vulgarmente se apregoa. As definições comuns pecam por ser demasiado redutoras e simplistas, não reflectindo de facto, o sentimento que nos move. Sem pretender discutir o sexo dos anjos, pois acredito que só os poetas conseguem dizer o amor, sinto que ser “ultra” compreende uma necessidade de intervenção constante na vida do meu clube, não me limitando a apreciar, admirar ou criticar, mas sim, intervindo activamente, contribuindo de alguma forma com o meu esforço para enaltecer a instituição. Para mim, é esta dimensão de intervenção e participação desinteressada que distingue os genuínos daqueles que se dizem “ultras” simplesmente por moda ou afinidade, bem como dos demais adeptos dos clubes. Rejeito, simultaneamente, que seja requisito fundamental para se ser “ultra” o facto de se pertencer a um grupo “ultra”. Entendo que o sentimento e a atitude estão dentro de nós, não dependem de qualquer grupo. Ainda assim, o ultra sente que a sua voz tem mais impacto se se juntar a outros ultras e demais adeptos... todos a uma só voz! Por isso, não considero todos os membros de uma claque como sendo “ultras”. É importante que os genuínos não se isolem, pois desenvolvem uma acção essencial de dinamização dos seus clubes e respectivas massas associativas, injectando uma vitalidade que marca por si a diferença.
Já tive oportunidade de ler e discutir muito sobre esta questão e sempre optei por não me “colar” a nenhuma definição pré-concebida. Ouço e vejo repetidamente definir-se “ultra” aquele que na sua conduta de vida realça um amor desmesurado pelo seu clube. Alguns teóricos mais radicais chegam a afirmar que ser ultra é morrer pelo próprio clube se necessário. (?!) Penso que se trata de uma forma “ultra-romântica” de se afirmar a diferença que, no entanto, roça o irracionalismo fundamentalista que, quanto a mim, destrói toda a essência, encanto e nobreza do denominado “ultra genuíno”.
Afinal, o que pode beneficiar o nosso clube com a nossa morte?!
Se ser “ultra” é a nossa vida, aceitamos perdê-la pela facto de o sermos? Não me parece sensato nem coerente afirmar a diferença dos ultras nestes termos. Acredito que é pela vida dedicada aos seus clubes que os ultras de distinguem, numa concepção de vida positiva e não na perspectiva mártire que vulgarmente se apregoa. As definições comuns pecam por ser demasiado redutoras e simplistas, não reflectindo de facto, o sentimento que nos move. Sem pretender discutir o sexo dos anjos, pois acredito que só os poetas conseguem dizer o amor, sinto que ser “ultra” compreende uma necessidade de intervenção constante na vida do meu clube, não me limitando a apreciar, admirar ou criticar, mas sim, intervindo activamente, contribuindo de alguma forma com o meu esforço para enaltecer a instituição. Para mim, é esta dimensão de intervenção e participação desinteressada que distingue os genuínos daqueles que se dizem “ultras” simplesmente por moda ou afinidade, bem como dos demais adeptos dos clubes. Rejeito, simultaneamente, que seja requisito fundamental para se ser “ultra” o facto de se pertencer a um grupo “ultra”. Entendo que o sentimento e a atitude estão dentro de nós, não dependem de qualquer grupo. Ainda assim, o ultra sente que a sua voz tem mais impacto se se juntar a outros ultras e demais adeptos... todos a uma só voz! Por isso, não considero todos os membros de uma claque como sendo “ultras”. É importante que os genuínos não se isolem, pois desenvolvem uma acção essencial de dinamização dos seus clubes e respectivas massas associativas, injectando uma vitalidade que marca por si a diferença.
Nuno Q. Martins
(artigo publicado na ANzine em Agosto/2004)
1 Comments:
Ser ultrà é um sentimento levado ao extremo, por isso, para mim (este para mim é sublinhado) faz todo o sentido morrer pelo clube, por uma causa, por uma claque.
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