Código da Vivência

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

«Sim» ganharia se o referendo se realizasse hoje...

A maioria dos portugueses (60,1%) votaria «Sim» no referendo sobre a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) caso a consulta se realizasse hoje, contra 28,6% que votaria «Não», segundo uma sondagem publicada pelo Público.

9 Comments:

At sexta-feira, janeiro 12, 2007, Blogger VerDesperto disse...

Está demostrado que a despenalização da IVG promove uma melhoria grande em termos de saúde pública. Não só a ONU dá indicações nesse sentido. Também a Organização Mundial de saúde defende que os governo deverão aprovar um quadro legal que permita às mulheres realizar o aborto em segurança. Em 2002 o Parlamento Europeu aprovou um documento que recomenda a despenalização do aborto, por forma a defender os direitos sexuais e reprodutivos dos cidadãos.
As estimativas quanto ao número de abortos clandestinos e realizados anualmente em Portugal apontam para números na casa dos 20 mil. A realização de abortos clandestinos fora da segurança dos estabelecimentos de saúde retira à mulher o direito a uma decisão reflectida e acompanhada, colocando em perigo a sua saúde física e psicológica, conduzindo em muitos casos à sua morte.
Temos de tratar o assunto com seriedade e responsabilizade. Não podemos ignorar que realmente nenhum método contraceptivo é 100% eficaz e que portanto, mesmo as pessoas mais informadas e que tomam todas as precauções podem um dia deparar-se com uma gravidez indesejada. Também não podemos ignorar que, embora todos os eforços devam ser feitos para promover a educação sexual, acesso à contracepção e acompanhamento a nível de planeamento familiar, há ainda muitas pessoas a quem essa informação ou não chega, ou não é assimilada. O aborto clandestino isola as mulheres e não promove qualquer tipo de informação e atira para a clandestinidade mesmo aqueles que estão bem informados. Ao contrário, a despenalização da IVG permite às mulheres terem contacto com profissionais de saúde que a orientam e acompanham a nível da saúde sexual e reprodutiva.
A despenalização da IVG é um passo em frente para uma sociedade mais democrática, saíndo do atraso civilizacional em que nos encontramos. É uma resposta moderna e progressista para um problema antigo. A despenalização da interrupção voluntária da gravidez é uma questão de cidadania!

 
At sexta-feira, janeiro 12, 2007, Blogger Mariana disse...

Bamuzi a bere...

Beijaço Nuno.

 
At domingo, janeiro 14, 2007, Blogger José Manuel Dias disse...

Subscrevo a leitura da Helena, voto SIM.
Abraço

 
At segunda-feira, janeiro 15, 2007, Blogger Terra e Sal disse...

Meu Caro Nuno:
Parece um tabu em que poucos arriscam a sua própria vontade.
Somos naturalmente conservadores.
Penso que ninguém é a favor da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG).
Do mesmo modo a “eutanásia” é outra situação que é deprimente para muita gente,
e afinal, na hora da verdade, somos a favor de tudo.

Sabemos que, para cima de 15% das mulheres portugueses recorrem ao IVG pelas mais variadas circunstâncias.
E não são as coitadinhas das ignorante, pobres monetária e espiritualmente, que recorrem a ele. Essas se calhar sujeitam-se ao termo discriminativo de “aborto” pelos altos riscos que correm, aí num qualquer buraco nojento, e sem o mínimo de condições, por falta de meios materiais, para o fazer com segurança.

As estatísticas dizem-nos que a proporção é muito igual, entre as mais e as menos instruídas, envolve todos os estratos sociais, havendo até, maior incidência em pessoas com cursos superiores.
Dizer “Não” à Interrupção da gravidez é dizer “SIM” à penalização.
Portanto não há meios-termos o que para muita gente é uma situação muito complicada.
Por outro lado, penso que ninguém acredita que, haja mulheres que façam uma interrupção de gravidez de ânimo leve.

Penso que é uma situação vivida e muito preocupante para a grande maioria, e não podemos castigar as conscientes, por sabermos existir no meio delas, meia dúzia de inconscientes.
É uma decisão difícil, e assim sendo, penso que cabe à própria interessada decidir, já que, do mesmo modo penso que só tem de dar satisfações, à sua própria consciência.

Não pode é estar sujeita a mais uma situação de ilegalidade, pela resolução que tiver de tomar, e sujeitar-se a um julgamento dos outros, quando só a ela cabe das razões da sua atitude.
Depois não está provado nos meios científicos que um embrião tenha vida própria, no sentido lato da palavra.
E por outro lado o que pensarmos então, dos embriões que se congelam, se guardam durante meses, anos, décadas congelados?

E o que pensar nos milhares que são guardados para experiências e que ao fim de testes e mais testes são deitados ao lixo?
E o que pensar das situações de pessoas acidentadas, em acidentes rodoviários, ou outros, e que, estão mortas cerebralmente e “vivas” enquanto ligadas às máquinas, à espera de uma decisão sobre si, por parte da “medicina,” ou da família?

Afinal o que define ter-se ou não, vida?
E às outras em que do mesmo modo estão “mortas” e que, antes de as “desligarem” lhes tiram uma série de órgãos vitais para dar vida a outras pessoas?
Resumindo:
Em minha opinião o assunto é delicado como delicado são todas as coisas em que não temos certezas absolutas, ou que mexem com as nossas consciências.

Não podemos é à luz de uma realidade comprovadamente existente e penalizadora que aflige tantas mulheres, metermos a cabeça na areia e não tomar uma decisão, e assim, não resolver coisa nenhuma, sabendo todos nós que o problema existe e sempre existirá.

Temos todos, penso, o dever, de resolver parte do problema e só o podemos fazer votando a favor da despenalização.

Um abraço.

 
At sábado, janeiro 20, 2007, Blogger PSousa disse...

SIM, porque?


Que fique claro, que eu sou a favor do sim, mas nao (sim) ao aborto deliberado.
Sim à despenalização, porque quem quer fazer faz na mesma, e em condiçoes miseráveis,então que se faça como deve ser e sm riscos, tanto humanos, como criminais.

Se as mais ricas têm condições e possibilidades de o fazer no estrangeiro, porque não poderão também as com menos possibilidades?

Evitam-se desgraças, evitam-se desgostos, evitam-se males maiores.

Votarei sim para não voltar a ligar a TV e ouvir que foi encontrado um bebé no caixote do lixo, que um bebé foi abandonado nas escadas de um qualquer prédio, encontrado sem vida num saco preto num rio, ou uma mulher está no tribunal a ser julgada, por algo que a sociedade nos mais variados graus sociais pratica.

Se o aborto for legalizado não vai aumentar massivamente o número de abortos, acho que vai ser os mesmos índices, mas em compensação menos mulheres morrerão nessas clínicas clandestinas sem nenhuma segurança.

Fora isso, acho que a política pública pelo aborto, também tem que vir acompanhada de campanhas de massas divulgando metodos contraceptivos e dando condições de todas as pessoas terem acesso.

Mas as pessoas que falam que é crime tirar a vida, eu também concordo, mas devemos reflectir nisto:
Quantas mulheres não podem criar os filhos e os sustentar?
Uns dizem que é só colocar num orfanato, ou dar a outras pessoas para os criar. Será assim?

Falar é fácil, o duro é ir la adoptar várias crianças que choram de infelicidade por não terem pais, por não terem uma família como outras, de terem uma infância diferente e triste em relação a outras e por vezes viverem e morrerem em circunstâncias inacreditáveis!
Muitas pessoas não pensam nisso, quando falam que não se pode tirar a vida a um feto, mas elas não vão lá para adoptá-las, ou simplesmente dar algo, como carinho, amizade e um lar, para além de sustento.

Quantos se preocupam com isso, para além das palavras? Quantos?
Palavras são bonitas e a moralidade está em todos, mas as acções poucos as fazem, e muitos fazem porque algo na vida deles se passou.

Votarei sim pela justiça.
Votarei sim pela mulher.
Votarei sim, pelos mais desprotegido(a)s.
Votarei sim pela liberdade de igualdade de circuntâncias entre todos.
Votarei NÃO as ideologias morais...

Nada mais que isso...

de PSousa*Bancada Directa*

http://bancadadirecta.blogspot.com/

 
At domingo, janeiro 21, 2007, Blogger OLHO NU disse...

Votarei SIM porque, embora seja contrário ao aborto, não quero, mais, ser cúmplice do julgamento e humilhação das mulheres que, dolorosamente fazem essa opção!
Nunca direi, como disse o deputado municipal Manuel Coimbra do PSD em plena Assembleia Municipal que (passo a citar): a futura lei, se for aprovada vai ser, abortar como quem vai ao "Corte Inglês"!!!
(sem comentários)

 
At segunda-feira, janeiro 22, 2007, Blogger Bom Vivant disse...

a q momento a partir da concepção consideram Vida o q está no ventre?

 
At segunda-feira, janeiro 22, 2007, Blogger OLHO NU disse...

Não está definido. Existem várias teorias científicas a esse propósito. Uma delas é que, só a partir das 14 semanas, o cérebro começa a receber impulsos eléctricos e, então a partir daí se pode considerar uma vida humana. Mas nada é consensual nesta questão. Será sempre uma questão de consciência de cada qual e, o que está em causa neste referendo é a criminalização da mulher ou... não.

 
At segunda-feira, janeiro 22, 2007, Blogger VerDesperto disse...

E continuando o bonito "discurso" do PSousa...
Eu votarei no sim. Votarei no sim para acabar com hipócrisias. Para acabar (como o P. disse e bem), com bebés no lixo e espancados atè à morte. Para acabar com um negócio de milhões que certas clínicas têm, e onde poucas pessoas têm dinheiro para fazer um aborto. Votarei sim porque o aborto EXISTE, existe já e agora e não vai deixar de existir por votar NÃO. Se concordo ou não com o aborto, não interessa para a questão. A questão é bem mais profunda que isso. Votarei no sim, como votaría para legalizar drogas leves e a prostituição. São negócios de milhões que não pagam impostos e vivem mesmo debaixo do nosso nariz...e para quê? AHH...para continuarmos a olhar para o lado e fazer de conta que não existem, não é? Pois é...tipico de um país que infelizmente continuar a preferir "fazer de conta" do que assumir as questões e resolvê-las, talvez não da melhor maneira, mas da única possível.

 

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