O Natal dos valores
Nesta quadra, sente-se que realmente as pessoas estão mais sensíveis para os problemas da Humanidade, para a importância da paz, da harmonia com o próximo. Não é por acaso que também, por esta altura, proliferam as campanhas de solidariedade e recolha de fundos para os mais diversos fins sociais.
O Natal tem o poder de "amolecer" por alguns dias o coração gelado e endurecido pela rotina do dia-a-dia da maioria das pessoas. Dezembro acaba por ser um mês diferente. Há uma aceitação geral em relação aos motivos de celebração e os votos de "Boas Festas" andam de boca em boca.
Independentemente das motivações religiosas, o Natal acaba por tocar a todos de alguma forma. Há uma espécie de alteração da rotina que é comum à maioria, o que tende a tornar as pessoas mais tolerantes por estes dias. Por isso mesmo, gosto do Natal, mesmo que "ele" para mim não signifique mais do que uma consoada em família e um dia passado com a casa cheia.
O que eu não gosto mesmo é da pressão dos presentes. Detesto mesmo. Não suporto andar às compras atrás de algo que não sei bem o quê. Essa pressão que se instala em procurar algo para alguém porque se sabe que esse alguém vai dar qualquer coisa estraga toda a paciência que o espírito natalício porventura me possa transmitir. E o que sinto é à escala pequena.
Admito que o consumo estimula a economia, mas também endivida ainda mais quem não pode. Acho, muito sinceramente, que gostaria mais do Natal sem esta pressão dos presentes que faz emergir tacitamente um sentimento de culpa em quem recebe e não oferece.
O Natal devia ser uma época de exaltação dos valores humanos, da fraternidade, solidariedade, tolerância, paz social e harmonia com o próximo. Os presentes deverião ser um exclusivo das crianças.
Nada na vida é exactamente como gostávamos que fosse, nem uma pessoa tem o poder de determinar o "dever-ser", mas pelo menos o meu Natal seria melhor.
A todos os amigos que visitam este Código e lhe dão o seu contributo, comentando as "postagens" e trocando ideias comigo, dou-vos o meu agradecimento, a minha estima e o meu voto para que tenham um Bom Natal. Ah! E desculpem-me porque não comprei nada para vos oferecer.
7 Comments:
Caro Nuno
Nem esperava que comprasses. Basta o teu contributo e a tua presença.
Um grande abraço e os meus votos sinceros de um Santo e Feliz Natal.
Um Abraço
Quem também não vai precisar que lhe comprem presentes é o Souto: vem hoje no Expresso que está a ganhar € 13.000/mês e o mandato na Anacom é de 5 anos, ou seja, vai sair de lá com € 910.000... quase um milhão de euros.
Bem que podia ajudar a pagar o défice da autarquia...
Caríssimo Nuno:
Estava a guardar para o ano, se ainda tiver pachola para tanto, as visitas e os meus comentários, a maioria das vezes desastrados mas que lá vão sendo tolerados pelos amigos aqui da blogosfera aveirense.
Mas andando a dar uma “voltinha” cliquei por curiosidade o Código de Vivência e entusiasmei-me na leitura da reflexão que fez sobre a quadra que estamos a atravessar, na sua característica mais pródiga, quer queiramos ou não.
Comungo inteiramente daquilo que escreveu...
O “ritual” de dar e receber prendinhas é mesmo uma seca...
Efectivamente acho que o Natal fora da vida familiar e das crianças é uma tanga.
Mesmo o Natal está a tornar-se uma vulgaridade como a vida do dia a dia...
A maioria dos actos está a ser adulterada e vai-se instituindo uma formalidade distante do seu espírito, fria e seca.
O Natal é para prendas e vive-se intensamente nas lojas esse natal deturpador...
Desculpe lá, e isto até será um bocado macabro, mas é o que penso...
O ritual das festas do Natal de agora, faz-me lembrar as carpideiras que choravam o defunto alheio, a troco de dinheiro.
Eu, embora não seja de famílias de destaque financeiro, de boa vontade também pagava para me livrarem destas “obrigações”...
Interessante seria era cada um de nós pegarmos no dinheiro que esbanjamos e o distribuíssemos em alimentos e agasalhos pelos desgraçados que se encontram à míngua nas prisões ou noutro buraco qualquer...
Mas isso nesta altura principalmente temos de afastar da cabeça porque é incomodativo e perturbador...
E os ministros da alma que deviam clamar aos corações andam entretidos com outras coisas mais espirituais, supõem eles, e não com o sustento do corpo...
Esquecem-se é que, sem corpo não pode haver alma...
A não ser que, e parece-me bem que sim, a alma agora, seja mais um entre muitos “sem abrigo”...
Um abraço Nuno e boa consoada.
P.S.
Interessante e oportuno o comentário do nosso amigo anónimo sobre o Souto.
É mesmo lixadinho alguns ganharem “batelões” de dinheiro, concordo.
Mas a vida é feita assim, que havemos de fazer?
É que cada uma das nossas cabeças é constituída por uma espécie de veículo...
Umas têm lá dentro um BMW,com muitos CV...
Outras um Citroen,com alguns mas muito menos CV...
Algumas um Fiatezito,com meia duzia de CV
Muitas apenas têm uma carroça, despida de qualquer CV...
E por tudo isto é mais uma coisa que me leva a pensar que Deus não foi assim tão justo...
É que cada um funciona e ganha em função da marca, e claro, dos CV que tem dentro da cachola...
Eu fico feliz porque penso ter um Fiat que não dá para fazer correrias, logo aquilo que quero e gostava...
Mas sinto-me bem, chego onde quero...
É que me podia ter calhado a "gaita" de uma carroça...
Viva Nuno:
Nesta quadra não podia deixar de lhe vir desejar um:
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*Feliz*
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Um abraço,
O que eu mais gosto nesta época é a reflexão que se cria, pelo menos em mim. Lembro-me de dar uma palavra simpática a todos aqueles que me são queridos. Cria-se um espírito nostálgico. Mas mais, talvez, por ser o fim do ano, do que o Natal propriamente.
Beijo grande, e Boas Festas Nuno =)
Bom Natal.
Eu odeio o natal. Detesto mesmo. Por mim o natal e a passagem do ano eram abolidas do mapa. É no natal que me lembra mais quem já partiu e quem enchia a casa de alegria e festança. O meu natal não é sinónimo de casa cheia. Um dia mais tarde quando a minha mãe se for eu passarei a consoada sozinha. Provavelmente. O natal é bom para quem tem uma familia grande com crianças marotas a saltitar pela casa fora. Quem não tem é apenas uma noite deprimente. Ou duas, porque no dia seguinte urge jantar com a restante familia (pequena também. O que gosto mais do natal, ultimamente (para além da pressão dos outros lol) é fazer para dar. Talvez seja a altura do ano, devido à profissão que escolhi ser no meu futuro) em que faço prendas para dar, e não para vender. É aquela altura do ano em que faço prendas à medida. Personalizadas. Com carinho. Para a mãe e para os amigos. Para mim o natal é isso, é a última chama que acende em mim e transponho para os presentes. Pressão para alguns, esperança para outros.
Um beijo enorme para ti
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